Ligação aérea Bragança-Lisboa está suspensa

 

Hoje é o último dia em que se realizam as ligações aéreas Bragança – Lisboa.

A partir de amanhã, a Aerovip suspende a carreira regional entre a Capital e o Nordeste Transmontano, depois de o Governo não ter lançado o concurso público internacional para concessionar esta linha.

O presidente da Câmara de Bragança reuniu, na passada sexta-feira, com o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro. Jorge Nunes trouxe a notícia da suspensão do serviço.“A partir do dia 27 é suspenso o serviço, porque o actual modelo de subvenção não pode ser mantido, pelo que o Governo está a delinear um modelo alternativo, cujo financiamento seja ao passageiro, transferindo parte do risco deste processo para os operadores”, realça o autarca.

O presidente da Câmara de Bragança teme que este seja o início do fim das ligações aéreas entre o Nordeste Transmontano e a Capital.“Existe algum receio atendendo às circunstâncias e às limitações do mercado aeronáutico no nosso País e também ao mercado em termos regionais, no que diz respeito aos utilizadores, estar perante um início de fim da ligação aérea, o que seria uma situação completamente incompreensível e um retrocesso de mais de 15 anos”, sublinha Jorge Nunes.

A Aerovip já estava a operar nesta linha fruto de um prorrogamento do contrato com o Governo, desde o início do ano, altura em que expirou a última concessão.

O consultor da Aerovip, Carlos Amaro, considera estranho que cerca de nove meses depois, o Governo não só não tenha aberto concurso público, como anuncia que está a estudar um novo modelo de subvenção para esta ligação aérea.“É estranho deixar acabar a linha, que só por si torna esta empresa menos competitiva para concorrer a outro tipo de concurso e, naturalmente, com prejuízo para o Estado, que ainda está a estudar um novo modelo, quando este contrato com a Aerovip já foi feito numa situação dita extraordinária”, realça o advogado.

O fim das ligações aéreas já motivou reacções. Os passageiros que aterraram ontem à tarde no aeródromo de Bragança ficaram surpreendidos com a notícia de que este serviço vai ser suspenso e enaltecem a comodidade do avião.

O deputado socialista Mota Andrade também se insurge contra esta medida do Governo e lembra que o meio aéreo era muito utilizado por empresários e, até, por turistas.

Para Mota Andrade, esta decisão do Governo põe em causa o projecto que a Câmara de Bragança tinha para a transformação do aeródromo num aeroporto regional.

“Toda a estrutura do aeródromo municipal só se justifica com a existência desta carreira”, realça o deputado.A Brigantia também tentou ouvir os deputados do PSD eleitos por Bragança, mas Adão Silva e Maria José Moreno não quiseram prestar declarações sobre este assunto enquanto o Governo não delinear o novo modelo de subvenção para retomar as ligações aéreas Bragança-Lisboa.

Para já, o último avião parte hoje de Lisboa às 15:50 horas e chega a Bragança às 17:20 horas.

Escrito por Brigantia (CIR) 

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