O Turismo como tutela tem ignorado a caça há muitos anos.
A afirmação é do Presidente da Federação das Associações da 1ª Região Cinegética, na cerimónia de inauguração da XVII Feira da Caça e VII Feira de Turismo de Macedo de Cavaleiros.
Para o responsável, caça e turismo são duas áreas indissociáveis que estão subaproveitadas.
Fernando Castanheira Pinto é peremptório ao dizer que a caça é um produto turístico de grande potencial no país e lamenta que esteja ignorado pela tutela que gere o Turismo em Portugal.
Turismo e Caça 1 
“O Turismo como tutela tem ignorado a caça há muitos anos. No entanto, a caça é um produto turístico que tem que ser aproveitado, que as associações de caçadores fomentam, e o turismo tem que tirar partido disso, tem que o divulgar, aquilo que não faz”, realça.
Castanheira Pinto acrescenta, “estou a falar no Turismo em si como uma atividade, uma melhoria e uma evolução económica permanente que é necessária, e assim sendo, o turismo não pode ignorar a cinegética e tem que estar ao nosso lado a nível nacional, como fazemos aqui em Macedo de Cavaleiros quando conciliamos caça com turismo”, afirma o responsável.
Segundo, Fernando Castanheira Pinto a caça está esquecida pelos governantes e o setor vive um período preocupante.
Turismo e Caça 2
“Estamos numa situação de impasse, há um ninho permanente sobre as preocupações dos caçadores, do associativismo e os problemas que temos tido são cada vez maiores. Passam pelas questões de financiamento para o setor da caça, que era perante e que os caçadores tinham através de uma percentagem das licenças de caça, em que quando passaram a ser emitidas pelo multibanco houve protocolos e compromissos que deviam ser honrados pela tutela, porque foram assinados por ministros”, garante.
Contudo, “já desde 2009 que nos vemos privados desses valores que, tanta falta fazem para manter tudo o que é organizações do setor da caça, quer a nível nacional, quer regional, como é o caso da Federação da 1ª Região Cinegética”, assegura.
Quem presidiu à cerimónia de abertura da XVII Feira da Caça e VII Feira de Turismo de Macedo de Cavaleiros foi a Secretária de Estado do Turismo.
Cecília Meireles frisou que o Governo não distingue áreas turísticas e promove a diversidade como um todo.
Turismo e Caça 3
“Quando se fala de turismo temos sempre necessidade de falar de setores. O turismo é um setor em si mesmo, mas não vive indissociado de Portugal, Turismo e Portugal são a mesma coisa, e quando falamos de Turismo, falamos de todos os setores.
Nós ganhamos se soubermos juntar setores, e se percebermos que cada vez que promovemos o turismo, estamos a promover produtos tradicionais, gastronomia, vinhos, caça, os nossos costumes e Portugal.
A compartimentação de setores não é boa”, frisa, referindo que, “aquilo que o turismo tem de bom e de melhor é que permite que tudo aquilo que se faz em Portugal se apresentem como um só ao cliente final, que é o turista”, frisa a Secretária de Estado.
A governante, Cecília Meireles veio a Macedo de Cavaleiros dizer que a riqueza do turismo português está na autenticidade do que é nacional.
Turismo e Caça 4
“Quando falamos em turismo, muitas vezes até há muitos países que até estão a crescer, mas que têm um produto que é muito artificial, é o chamado produto resort”, explica.
“O turista aterra num determinado sítio, fica fechado e vive num ambiente quase controlado para si, e se há coisa que todos os turistas apontam, quer os que vem de fora, quer os portugueses que viajam no seu país, é que é tudo autêntico. Nós trazemos as pessoas cá e elas vivem durante algum tempo como nós”, afirma a governante.
“E quando toda a gente fala que nos futuro, o turismo vai ser de experiências, cada vez menos as pessoas querem um turismo de pacote, pré-fabricado e querem viver a experiência de ser nacional de outro país, ou natural de outra região, num determinado momento, isso pode ser a grande riqueza do turismo português”, sustenta, Cecília Meireles.
Enquanto, Fernando Rui Castanheira Pinto diz que o turismo como tutela tem ignorado o setor da caça ao longo dos anos, a Secretária de Estado do Turismo defende que a estratégia para o turismo em Portugal passa por olhar para o setor como um todo.
