Escavações em Freixo de Espada à Cinta revelam vestígios do século XV

Escavações em Freixo de Espada à Cinta revelam vestígios do século XV

Um grupo de arqueólogos está a realizar uma campanha de escavações na
zona histórica de Freixo de Espada à Cinta que já revelou vestígios de
uma antiga fortificação extensa junto à actual Torre do Galo.
A existência da estrutura medieval que contornaria o castelo da vila
já era conhecida mas não se sabia quais as condições em que se
encontravam.
O arqueólogo responsável pelas escavações, João Nisa, afirma que foram
já encontradas fundações de uma torre e um dos torreões da
fortificação do século XV:

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“Intervencionamos uma área a norte da Torre do Galo, encontramos fundações de uma das antigas torres, octogonal, que infelizmente não está em grandes condições, apenas encontramos as fundações.

Numa outra área, em frente ao Cemitério Municipal, já tínhamos intervencionado, em finais de 2014, parte da barbacã e, este ano, conseguimos por a descoberto mais um troço e um dos torreões circulares que compunham a barbacã.

O que identificamos foi a primeira linha da muralha, a chamada barbacã, que no caso de Freixo de Espada à Cinta era extensa, contornava todo o castelo e continha alguns torreões, e é isso que, de momento, estamos a intervencionar.”

A fortificação medieval começou a ser desmantelada no século XIX,
tendo as pedras sido utilizadas para a construção de habitações. A
Torre do Galo foi a única estrutura dessa época que resistiu até aos
dias de hoje

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“Sabíamos que, no momento da construção do cemitério, em 1836, deu-se o primeiro enterramento, e que, possivelmente, a fortificação tenha começado a ser desmantelada, pedra por pedra, e não sabíamos, ao certo, o que restaria.

A Torre do Galo, que agora é símbolo da vila, terá sobrevivido devido ao facto da Igreja Matriz (Igreja São Miguel) não possuir um campanário e deste estar colocado na Torre, possivelmente desde o século XVII, o que fez com que não tenha sofrido o mesmo processo de degradação das outras.”

O arqueólogo ao serviço da autarquia espera que os achados integrem um
programa de valorização promovido pelo município e pela direcção
regional de cultura do norte

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“Vamos tentar, dentro do possível, pôr à vista e integrá-lo num processo de valorização das partes, definição tanto da população como dos turistas. 

Vai ter de ser feito um projeto de valorização, e o município, em colaboração com a Direção Geral de Cultura no Norte, tentar chegar a um consenso sobre qual a melhor maneira de preservar aquilo que pusemos a descoberto.”

 

A campanha de escavações arqueológicas, que se realiza a propósito da
intervenção de que vai ser alvo a zona envolvente do cemitério,
começou em meados de Setembro e vai estender-se até novembro.

 

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

 

 

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