Azeite é motor do futuro da região

Azeite é motor do futuro da região

O azeite é um setor em expansão em Trás-os-Montes e pode, cada vez mais, ser um motor de desenvolvimento da região.

Atualmente, há 12 lagares a laborar, nos distritos de Bragança e de Vila Real, pertencentes a cooperativas, aos quais se juntam os privados.

Maria Antónia Figueiredo, secretária-geral adjunta da CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal), revela que os projetos para investir no setor proliferam, e que podem estar a contribuir para fixar jovens.

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“É um setor em expansão. A região Transmontana está a ter muitos projetos em termos de investimento no setor do azeite, tem condições climatéricas e de solo para ter um azeite com uma especificidade própria, e, portanto, é um dos setores que, em termos de futuro, vai ser uma grande mais-valia para a região.

Por outro lado, além de produzir riqueza, produz também emprego, faz com que haja manutenção de postos de trabalho e de pessoas porque o que queremos é que haja o mínimo de migração das zonas rurais para o litoral ou até mesmo emigração. Portanto, se houver atividade económica, lagares a laborar que promovam o emprego, pois quase todos têm bastantes funcionários, pessoas licenciadas das Universidades e dos Institutos Politécnicos, queremos que eles tenham emprego na sua região, e não sejam obrigados a sair.”

Produzir azeite em Trás-os-Montes pode ser, em alguns casos, mais caro do que, por exemplo, no Alentejo, devido à dimensão das culturas, às especificidades dos solos e ao uso das variedades regionais, que exigem outro tipo de tecnologia associada. Ora, não é este necessariamente um problema, desde que se repercuta no preço final, explica Maria Antónia Figueiredo, ou que haja mais incentivos agrícolas associados.

Outra forma de rentabilizar as colheitas é a modernização tecnológica, o que já está a acontecer na região.

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“Para os agricultores, e para aqueles que se estão a instalar, existe um Programa Nacional de Reconversão, há também o programa de Desenvolvimento Rural, houveram muitas candidaturas para a exploração melhorar a sua tecnologia, a sua capacidade, que é para não se fazer tudo aleatoriamente.

Já existem programas informáticos que permitem saber se o agricultor deve colher a azeitona um pouco mais cedo, ou se, pelo contrário, deve prolongar o tempo até à apanha, qual o timing em que deve produzir para ter uma maior rentabilidade, ou para a azeitona não apodrecer. Digamos que através das tecnologias de informação tudo está a ser estudado, e os agricultores, cada vez mais, sobretudo os jovens, que dominam mais estas tecnologias, fazem tudo com precisão para diminuir os custos e ter mais rentabilidade.”

E a exportação é um caminho para escoar o produto. A Ásia, os Estados Unidos e o Brasil são mercados apetecível, e há que saber aproveitar as oportunidades que estão a surgir.

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“No oriente estão a começar a usar o azeite, porque eles antigamente utilizavam outros tipos de óleos e agora estão a introduzir o azeite, sobretudo numa classe mais elevada porque como sabemos são muitos milhões no oriente. Mas mesmo assim há uma percentagem, ainda que pequena, que têm um poder de compra muito grande, que são os muito ricos. Essa percentagem secalhar é tanta como Portugal e Espanha juntos em termos de população. Depois há outros países como os Estados Unidos da América que estão também a introduzir o azeite nas suas dietas; até os cozinheiros que nós vemos nos programas de televisão o utilizam e isso é uma grande oportunidade. Também exportamos muito para o Brasil, que é um grande consumidor de azeite e que cada vez mais coloca este produtos nos seus bens alimentares. Então devemos aproveitar estas oportunidades em termos da propensão e do aumento do consumo.”

Declarações ontem, à margem do Encontro de Cooperativas Olivícolas, em Macedo de Cavaleiros. Nesta reunião ensinou-se também os agricultores a estarem preparados para o controlo e as fiscalizações aos lagares de azeite.

Escrito ONDA LIVRE

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