Sobre a pretensão de transformar a Linha do Tua numa ecopista, um projeto que está a unir os municípios de Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Bragança, Duarte Moreno, o autarca macedense, considera que se trata de um complemento. Uma ligação que se vem juntar aos projetos já apresentados em Macedo.
“Tudo é um complemento. Nos 3 concelhos, ficamos com 74 quilómetros de ecopista, que se poderá estender ao norte de Espanha, e ficarmos com uma rede completa para toda a Europa.
Também se complementa com o projeto da Câmara Municipal, na mobilidade suave, que estamos a implementar e a elaborar projetos para submeter no próximo mês.
Esta ciclovia chega como uma forma de suprir algumas deficiência para quem gosta de praticar este tipo de desporto.”
A candidatura que agora está a ser preparada, ao Programa Valorizar, que destina 10 milhões de euros ao desenvolvimento do turismo no interior do país, incluiu uma negociação do edificado, onde se incluiu também, por exemplo, a estação ferroviária da sede de concelho. Para já, sabe-se que as construções inerentes ao espaço canal devem passar para alçada das autarquias, sem se adiantar se essa transação vai ou não envolver compras.
“Em termos do edificado, vai existir um protocolo, que vai passá-lo para a responsabilidade das autarquias. Depois, dependente do negócio que se possa fazer aí, ou se paga, ou não.
Daquilo que temos em mente, para o edificado, e se conseguirmos apoios financeiros para os realizar, são sempre atividades ligadas à autarquia e a associações que se possam instalar.
Ainda não temos nada de concreto, mas de qualquer forma fica a transferência de propriedade feita, para que depois a Câmara, quando necessitar, possa fazer uso no imediato.”
Duarte Moreno lembra que, apesar de os três municípios estarem a remar para o mesmo lado, cada um deles terá um projeto próprio, adequado às necessidades de cada um.
“Fomos em conjunto para termos mais força. Mas cada um vai fazer o seu próprio protocolo, dos troços que cada um tem nos seus territórios, mostrando-lhe os constrangimentos que cada um tem nos diversos espaços canal, para que possam ser resolvidos, sem que ficam ao encargos das Câmaras Municipais.
Faz-se um acordo tripartido para darmos força ao projeto. Vai ser candidatado a um programa chamado Valorizar, para o interior. Aos seremos 3 com o mesmo projeto, a pontuação é maior.”
Este foi um dos assuntos debatidos na última reunião de câmara, desta terça-feira. Rui Vaz, vereador do PS, deixou uma sugestão – ativar a linha férrea, para fins turísticos, e construir a ecopista em paralelo.
“O que deixei à Câmara foi a possibilidade, agora que se está em tempo, antes de se implementar a ciclovia, se pudesse chegar a um entendimento entre as 3 câmaras e o operador, no momento, Mário Ferreira, para se poder avançar nesse sentido. Simultaneamente à ciclovia, se pudesse fazer a exploração turística da antiga linha férrea, com um comboio turístico.”
Turisticamente, considera o vereador, seria mais rentável.
“Seria extraordinário, digo com toda a franqueza. Porque poderíamos ter aqui uma exploração de um novo canal turístico, do Tua a Bragança, com o Azibo e a Serra de Bornes pelo meio.
Acho que era fantástico, e oxalá consigam chegar a esse entendimento.”
Para que a candidatura possa avançar, falta o aval da Infraestruturas de Portugal, empresa do estado responsável por este setor.
Escrito por ONDA LIVRE