Doutoramentos vão poder ser ministrados nos Politécnicos

Doutoramentos vão poder ser ministrados nos Politécnicos

Os institutos politécnicos vão poder ministrar doutoramentos.

A proposta foi hoje aprovada em conselho de ministros.

Sobrinho Teixeira, presidente do Instituto Politécnico de Bragança há muito que solicitava esta revisão à lei que vê agora luz verde do governo. Até porque, só no IPB se encontram, neste momento, 75 alunos de doutoramento, mas a avaliação decorre numa instituição protocolada com o politécnico, autorizada a conferir este grau. Uma situação que o presidente do IPB já há muito considerava artificial. Sobrinho Teixeira acredita que esta medida vai promover a coesão territorial:

“Como os Institutos Politécnicos são as instituições de Ensino Superior que, na prática, cobrem a maioria do território, penso que esta medida vai de acordo ao desenvolvimento integrado do país e promoverá a coesão territorial.

Parece-me que é de toda a utilidade para que o país se possa modernizar e responder aos novos desafios. Por outro lado, é uma medida que vai de encontro à realidade.   

O IPB tinha já neste momento 75 pessoas a fazer doutoramento.”

O presidente do Politécnico de Bragança explica como actualmente se concretiza o processo dos doutoramentos no caso específico do IPB.

“Estavam a realizar trabalhos de investigação nas instalações do IPB, nos seus laboratórios, eram conduzidos e supervisionados pelos docentes do próprio sobre questões que, por norma, estão relacionadas com aquilo que são os problemas da nossa região, e, por fim, seria preciso recorrer a uma espécie de empréstimo para que essas pessoas pudessem fazer os seus doutoramentos através de protocolos com universidades nacionais e estrangeiras. Na prática, eram nomeados júris, faziam a avaliação e a prova mas não tinham uma intervenção efetiva no processo que, na maioria, era feito pelos investigadores do IPB.”

Este é um desafio para que o IPB se continue a afirmar no panorama nacional, sustenta ainda Sobrinho Teixeira

“Da parte das instituições Politécnicas, da parte de Bragança, é este o desafio que vai representar uma grande e nova oportunidade para a nossa instituição se continuar a afirmar. O diploma prevê igualdade de exigências para todo o sistema sejam eles politécnicos ou universitários. Que a maioria dos docentes afetos ao doutoramento e à área que vai ser ministrada têm que estar inscritos em centros de investigação com um mínimo de classificação de muito bom. Tivemos agora o processo de candidatura, o IPB candidatou-se e vamos esperar por esses resultados que ainda vão demorar algum tempo mas estamos esperançados numa avaliação positiva e em poder dar uma boa resposta à nossa região.” 

Esta mudança surge no seguimento de uma avaliação da OCDE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico apresentada na semana passada que dizia que há poucos doutorados em Portugal, sobretudo nas empresas.

As regras para a aprovação de doutoramentos vão também ficar mais rígidas, em que as universidades e politécnicos terão de provar produção científica com classificação mínima de Muito Bom na avaliação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

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