Costa defende que é no interior do país que está o maior potencial de crescimento

Costa defende que é no interior do país que está o maior potencial de crescimento

Aproximar o conhecimento científico do mundo empresarial é o objectivo da criação dos laboratórios colaborativos. Para já, são seis aqueles que foram criados pelo governo e o primeiro foi esta sexta apresentado em Bragança. O primeiro-ministro, António Costa, esteve ontem de manhã no Brigantia Ecopark, na oficialização do laboratório colaborativo More, dedicado à investigação em áreas de montanha, onde destacou que estes projectos têm como objectivo valorizar os produtos endógenos:

“E quando quisemos focar os laboratórios colaborativos precisamente na valorização dos recursos endógenos, é porque os vemos não só como um instrumento de desenvolvimento da ciência e do conhecimento, nem só como uma forma de valorizar a atividade empresarial, mas sim como uma peça fundamental na estratégia de coesão territorial e de desenvolvimento regional do país.

Por isso, os seis primeiros laboratórios colaborativos estão, sobretudo, centrados na valorização dos nossos recursos e, em particular, em todos os territórios de baixa densidade.”

Na visita a Bragança, o primeiro-ministro disse ainda que acredita que o grande potencial de crescimento do país está nas regiões de interior:

“O país, no desafio que tem de desenvolvimento, tem uma oportunidade absolutamente extraordinária de conseguir valorizar devidamente aquilo que desvalorizou irracionalmente ao longo de décadas.

O grande potencial de crescimento do país hoje não está nas zonas mais desenvolvidas mas sim em saber ser capaz de valorizar aquilo que está aqui à nossa mão.

Isto implica também um novo olhar sobre a geografia do país. Bragança está a 30 km do TGV e Lisboa a mais de 400km. Com isto, perguntamos quem, afinal, tem a posição mais central?

Um dos maiores erros que o país cometeu ao longo dos anos foi olhar para as regiões de fronteira, designando-as como de interior, e só assim o denominam porque a fachada é o Atlântico. “

No segundo dia do roteiro do conhecimento e inovação, António Costa ouviu ainda o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, reclamar mais uma vez a necessidade da melhoria das acessibilidades rodoviárias na região e de ligação a Espanha

“Uma ligação a Bragança-Puebla de Sanaria é algo que a nós nos preocupa imenso, e que eu referi com necessária.

Temos o TGV aqui a 30 km e não temos uma via para lá chegar sem que tenhamos de demorar uma hora por uma estrada muito sinuosa. Há tamém que penasr nas questões de acessibilidade para que possamos ser mais competitivos. 

Falo também do IC5 que ainda não está concluído e que deveria ficar, isto já para não falar nas ligações internas que também são importantes dentro do próprio território.”

Hernâni Dias aproveitou ainda a ocasião para pedir também que a política de distribuição dos fundos comunitários dê melhores garantias de financiamento aos projectos do interior:

“Temos, de facto, projetos relevantes. A verdade é que, em determinadas circunstâncias, é difícil competir com outros territórios mais capacitados que têm, mesmo ao nível das acessibilidades, outras vantagens. Temos vindo a falar, há já algum tempo, da atribuição e criação de um estatuto jurídico de interioridade, de forma a que pudesse haver aqui, nas zonas de convergência que estão abaixo da média nacional, medidas muito específicas.

Teriam que haver benefícios, como por exemplo para o setor empresarial, para o qual defendemos IRC zero.”

António Costa esteve durante a tarde de ontem em Vila Real para apresentação do Laboratório Colaborativo “Vines and Wines” na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Na agenda do primeiro-ministro para ontem esteve ainda a inauguração da Escola Superior de Saúde da UTAD.

Foto: Câmara Municipal de Bragança

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

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