Governo vai integrar desempregados ou trabalhadores a tempo parcial para apoiar entidades sobrecarregadas

Governo vai integrar desempregados ou trabalhadores a tempo parcial para apoiar entidades sobrecarregadas

O Governo vai apoiar as entidades do setor social, solidário e de saúde com falta de pessoal, através da integração de desempregados ou trabalhadores a tempo parcial, durante um período até três meses.

De acordo com a portaria publicada, ontem, em Diário da República, as entidades em situação de sobrecarga vão poder integrar desempregados (independentemente de estarem ou não inscritos no IEFP), trabalhadores com contrato suspenso ou horário de trabalho reduzido e também trabalhadores com contratos de trabalho a tempo parcial.

Só não podem ter mais de 60 anos ou pertencer aos grupos sujeitos a dever de especial proteção.

Estudantes ou formandos com 18 anos ou mais, também podem concorrer.

As reações dos dirigentes das organizações que agregam as instituições sociais do país reagiram favoravelmente a estas medidas.

Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, saúda esta medida, pois há cada vez menos cuidadores disponíveis nos lares:

“Nós achamos que é uma medida muito ajustada, tem havido casos de aparecimento de utentes com Covid-19 e também de trabalhadores. Para lhe dar um exemplo, em Foz Côa, de 30 trabalhadores, 18 foram para casa. Se não tivermos aqui uma ajuda fica difícil manter os idosos minimamente tratados.”

No entanto, Manuel Lemos salienta que agora falta garantir que não faltam equipamentos de proteção individual:

“É fundamental até para esses que cheguem os equipamentos de proteção individual. Sem estes equipamentos a situação fica muito difícil porque muitas pessoas, até porque muitas pessoas se vão recusar a trabalhar e têm o direito de o fazer.”

E o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia, vê com bons olhos a medida idealizada pelo Governo, porque o trabalho dos lares, por exemplo, não pode parar:

 “Nesta altura em que certamente haverá muitos trabalhadores que terão que ficar retidos por causa do vírus, há serviços que tem de ser assegurados, nomeadamente na saúde, na segurança e nas IPSS que apoiam muitas pessoas e não se podem abandonar. Por isso, todos os trabalhadores que puderem ser requisitados, não devem negar-se pois é uma causa comum e penso que é importante.”         

 Apesar de tudo, Lino Maia mantém-se pouco confiante em relação ao futuro:

Não tenho assim muita esperança, resiliente sim, confiante não. Nós vamos ter esta situação, tudo leva a crer que seja por muito tempo, e cada vez teremos mais pessoas infetadas, mais pessoas vitimadas e mais trabalhadores também infetados.”    

Para ajudar a vencer o vírus inimigo, nomeadamente nos lares e unidades de saúde com falta de pessoal, o Governo vai apoiar através da integração de desempregados ou trabalhadores a tempo parcial, durante um período até três meses.

Quem usufrua do subsídio de desemprego vai poder acumular uma bolsa de 438,80 euros.

Aos restantes será atribuída uma de 658,20 euros.

Compensações financeiras para quem esteja disponível para ajudar em entidades do setor social, solidário e de saúde com falta de pessoal, devido à Covid-19.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)

Relacionados