É preciso pensar duas vezes antes de promover uma reforma dos municípios.
A opinião é de António Pais Antunes, professor do departamento de Eng. Civil da Universidade de Coimbra, na sua passagem, este fim de semana, por Macedo de Cavaleiros.
O professor universitário considera que reagrupar municípios não é o mesmo que anexar freguesias.
Ouça aqui: António Pais Antunes 1
António Pais Antunes considera que a reforma da administração local é um processo menos ambicioso que as anteriores reorganizações regionais.
“Não é ambicioso à semelhança do que foram as grandes regionalizações, criar uma grande transferência de competâncias para um outro nível seria algo maior, seria uma ambição num país como Portugal. Isto são pequenos retoques e não aquilo que foi pensado com a regionalização, não são mudanças fundamentais que aqui estão em causa”
Sobre a reorganização das freguesias, o professor universitário considera que há pouca objetividade e falta de informação no processo de criação dos agrupamentos.
Ouça aqui: António Pais Antunes 2
Francisco Dinis, da UTAD, concorda com o colega de Coimbra. O professor refere que não foi feito um diagnóstico antes de avançar com o processo de reorganização.
“Pelo menos não foi feito o diagnóstico da situação. O documento não apresenta nenhuma fotografia antes de apresentar o filme. Não apresenta uma fotografia da situação das regiões”.
O professor da UTAD avança mesmo que a reforma está a ser elaborada com base na quantidade e não na qualidade.
Ouça aqui: Francisco Dinis UTAD 1
Dois professores universitários a convergirem, na generalidade, nos principais pontos do livro verde da reforma da administração local. Há pouca informação e falta qualidade e diagnóstico, antes de se avançar para o agrupamento de freguesias.
Por: Miguel Midões