Manifestação para reivindicar melhores condições da ES de Mirandela

 

Centenas de alunos, pais, professores, membros do conselho executivo da escola secundária de Mirandela, presidente da câmara e restante executivo, bem como representantes locais dos partidos políticos, manifestaram-se, ontem, ao final da tarde, em protesto contra a falta de condições daquele estabelecimento de ensino.

Chove nas salas de aulas, são muitas as portas e os vidros das janelas partidos, a caixilharia está praticamente podre. É apenas parte do cenário de uma escola com cerca de mil alunos que em 35 anos de vida não teve nenhuma intervenção de fundo. Estava na lista da terceira fase de requalificação do parque escolar, mas o Governo suspendeu o programa. Foi a gota de água que fez transbordar o copo da indignação e levou a associação de pais a organizar este protesto. 

Comunidade escolar, pais e políticos mostraram a sua indignação perante o estado caótico a que chegou a escola secundária de Mirandela. A presidente da associação de pais faz o diagnóstico de uma situação que classifica de deplorável e que coloca em causa a própria segurança.

“A escola está completamente degradada, onde chove nas salas de aula. Os nossos filhos não têm condições para aprender e nós exigimos que seja feita a requalificação da escola” afirma Sandra Sarmento, acrescentando que “o laboratório está completamente obsoleto e não há condições de segurança porque há materiais que não estão devidamente acondicionados havendo de riscos até de explosão”.

O presidente da associação que representa os mais de 1000 alunos juntou-se ao protesto, solidário com as reivindicações.

Daniel Sá acrescenta mais peças ao cenário degradante da escola que frequenta dizendo que “o pavimento do pavilhão desportivo é em madeira e está a saltar, já crescem árvores e cogumelos nas salas e andam lá baratas”.

Também o presidente do Município fez questão de marcar presença nesta jornada de protesto. António Branco está solidário e espera que a sua presença possa ajudar a pressionar no sentido de desbloquear a intervenção necessária para a escola.

“Estou perfeitamente solidário com esta manifestação por causa da grande degradação que esta escola tem neste momento” refere. “Eu estudei aqui há muitos anos atrás e entretanto não houve qualquer tipo de intervenção. Sem investimento é impossível continuar assim e as condições começam a ser muito difíceis para as crianças estarem”.

Este protesto é o culminar de quatro longos anos à espera de obras de requalificação, com projectos já realizados e um concurso anulado.

Chegou a constar na lista da terceira fase de requalificação do parque escolar iniciada pelo anterior governo socialista, mas com a entrada em funções da equipa liderada por Pedro Passos Coelho, todo o processo foi suspenso por tempo indeterminado.

Depois de várias cartas escritas para as entidades ligadas à educação, sem qualquer resultado prático, a direcção da associação de pais da escola decidiu avançar para este protesto e espera que o caso não caia no esquecimento“Havia obras programadas. Há três anos que nos andam a apregoar um projecto de requalificação e neste momento ninguém nos sabe dizer em que ponto está” afirma Sandra Sarmento.

Resta esperar para saber quais os resultados práticos desta acção de protesto.

 

Escrito por Terra Quente (CIR)