Em Vila Boa de Ousilhão, no concelho de Vinhais, uma porca de raça bísara pariu esta semana 21 leitões.
Um fenómeno pouco comum e que surpreendeu o próprio criador.
Rui Pereira tem uma pocilga com seis porcas e está habituado a ter muitos leitões, mas não tantos como desta vez em que uma só fêmea deu à luz 21 animais.
“Foi a primeira vez que uma porca minha teve tanto leitões. Já tinham tido com 14 ou 15, mas 21 nunca”, refere e conta que no momento do parto “vi cinco leitões, depois deitou as quitas e pensei que já não nasciam mais, mas estranhei porque a porca já tinha parido mais vezes. Depois continuaram a nascer e vi até aos 19. Mais tarde vim cá e já eram 21”.
E quando a criação é grande, as hipóteses de sobrevivência são mais reduzidas.
O criador viu-se obrigado a retirar alguns leitões e a colocá-los noutra porca parida, mas mesmo assim já perdeu cinco animais.
“Dois deles matou-os quase logo a porca e mais tarde morreram mais três”, afirma, salientando que “não é fácil alimentá-los só com a porca-mãe porque ela só tem 14 tetas e como cada leitão tem a sua os restantes ficam sem mamar. Tive de tirar três leitões ali para outra porca que também pariu agora”.
Nesta pocilga há mais cinco porcas. Umas também pariram recentemente, as outras estão por dias.
Rui Pereira já perdeu a conta a tanto leitão.
“Três porcas pariram no espaço de três dias e hoje ou amanhã vai parir outra. As outras duas é que já são para mais tarde”, refere. “Eu nem sei bem já quantos são, mas uma pariu 21, outra 12 e a última foram 17”, contabiliza. “Uns vou comê-los, outros vendo e outros troco por cordeiros. É bom porque é uma fartura para casa”, considera.
Uma criação de leitões que representa também algum rendimento para esta família de Vila Boa de Ousilhão.
Quanto ao número de leitões numa só ninhada, o médico veterinário municipal de Vinhais, assegura que se trata de uma quantidade pouco comum.
“Tem a ver com prolificidade da raça bísara, pois é uma das suas características genéticas. Mas esse número excede aquilo que é a média que ronda os 12 ou 14 leitões. Quando ultrapassa já é uma situação excepcional, mostrando que os indicadores de fertilidade quer da porca quer do varrasco são muito elevados”, explica.
Duarte Lopes salienta que nestes casos a mortalidade acaba por rondar os 20%.
“O facto de a ninhada ser numerosa não significa que todos os leitões cheguem ao desmame pois há sempre alguma mortalidade. É praticamente impossível para a porca porque ela não tem capacidade mamária para amamentar tantos leitões”, conclui.
Escrito por Brigantia (CIR)