Perto de 1500 transmontanos ergueram, no passado sábado, cartazes e faixas de protesto contra a saída do Helicóptero do INEM de Macedo de Cavaleiros.
Um movimento cívico, em que povo exprimiu a sua revolta e expressou uma voz contrária à decisão do Ministério da Saúde de retirar a aeronave do distrito de Bragança.
Foram várias as testemunhas salvas pela aeronave que fizeram questão de marcar presença nesta manifestação.
Pessoas que viram a sua vida ser salva pelo helicóptero estacionado em Macedo de Cavaleiros e que se hoje estão com vida é graças ao meio aéreo.
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“O helicóptero faz muita falta na região. Foi graças a ele que o meu filho sobreviveu”, refere Sandra Esteves de Sendim.
David Costa, de Macedo de Cavaleiros conta que, “o helicóptero foi determinante para me salvar a vida, foram eles que me fizeram a drenagem do pulmão esquerdo e depois de estabilizado levaram-me do hospital de Bragança para Vila Real”, realça outra testemunha.
“O helicóptero aqui está num ponto estratégico, serve bem o distrito todo”, diz Vitor Urbano, residente em Macedo de Cavaleiros.
“Se não fosse pelo helicóptero eu hoje não estaria aqui, salvou-me a vida”, conta Odelinda Seixas de Vila Nova de Foz Côa.
O mentor da iniciativa, Ilídio Mesquita, desafiou os presentes, a prenderam-se ao helicóptero no dia da sua retirada, que está prevista já para 1 de Outubro.
“Esperamos que a providência cautelar que os autarcas meteram, dê resultado e o helicóptero não saia”, afirma, o mentor da manifestação lançou ainda um desafio, “quem quiser, se nos quiserem tirar o helicóptero, a prender-se comigo ao helicóptero nesse dia. Não nos tentem roubar”, frisa.
Basta foi a palavra de ordem deste protesto.
Os manifestantes sublinham que é preciso parar de olhar para os transmontanos como portugueses de segunda e de continuar com políticas de esvaziamento de serviços.
“Será uma forma de nos apoiar em termos de saúde, uma vez que a maior parte das valências vão desparecendo, diz Luis Neves.
“Viemos dar o nosso apoio e amanhã posso ser eu a precisar e todos temos que nos aliar a esta causa e o helicóptero tem que continuar”, sublinha, Daniel Carlini.
Paulo Dias frisa que “Diria aos governantes que Trás-os-Montes está no mapa, é Portugal e os transmontanos são portugueses”, sublinha, acrescentando que “está na hora de acabar com este esvaziamento de tudo o que é serviço público e tudo o que é apoio à população em geral”, afirma.
Foram vários os autarcas do distrito de Bragança que estiveram na manifestação.
O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto que vestiu neste dia a camisola de cidadão em defesa de uma causa que considera que ainda não está perdida.
“Estou como cidadão e presidente. O presidente está em tudo o que diz respeito ao concelho, na defesa dos interesses do concelho. Isto é uma manifestação dos cidadãos mas a Câmara não podia deixar de estar presente. A Câmara tem o seu papel, o seu espaço de intervenção, neste caso concreto, fez um grande investimento para ter aqui o helicóptero disponível. Estamos a tentar defender o que é nosso”, reitera o autarca de Macedo de Cavaleiros.
Uma manifestação que culminou no heliporto de Macedo de Cavaleiros onde está ainda sedeado o Helicóptero do INEM e cuja saída está prevista para Outubro, onde de mãos dadas foi cantado o Hino Nacional.
No decorrer do protesto, foi aprovada uma Moção, intitulada “O Heli é nosso! Nós merecemos!” que será enviada ao Governo, Presidente da República e Partidos Políticos.
Escrito por Onda Livre