O tribunal de Mirandela condenou, esta tarde, a três anos de prisão, com pena suspensa, um anestesiologista pelo crime de recusa de médico a uma mulher de 40 anos, que veio a morrer.
José Alberto Carvalho foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 140 mil euros à família da vítima a pagar de forma solidária com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.
O advogado de defesa, Macedo Santos, já fez saber que vai analisar melhor o acórdão mas deve recorrer para o Tribunal da Relação por entender existe matéria relevante que não terá sido considerada pelo coletivo de juízes.
Já o advogado da família da vítmia, Vítor Novais, entende que se fez justiça e por isso não deve recorrer.
Também para o marido da vítima, fez-se justiça, apesar de lamentar a morosidade. Manuel Comunhas também entende que o hospital de Mirandela lhe deve um pedido de desculpas pela alegada falta de humanização neste caso
O caso remonta a 7 de Dezembro de 2006. Maria Pereira, natural de Lamas (Macedo de Cavaleiros) foi operada à tiróide, no hospital de Mirandela. Foi levada para o recobro, onde, duas horas depois, começou a dar sinais de complicações.
A enfermeira de serviço ligou para o arguido, hoje com 68 anos e então chefe do serviço de anestesiologia, responsável clínico àquela hora.
O anestesista tinha saído do hospital para almoçar. Ao telefone, deu indicações para administrar um medicamento à paciente. 20 minutos depois, a enfermeira voltou a telefonardizendo que o quadro clínico da paciente tinha-se agravado e solicitou a sua presença.
Dez minutos depois, Maria Pereira teve uma paragem cardio-respiratória. Como o arguido não compareceu, foi chamado um médico de clínica geral que estava de serviço que ainda efetuou traqueostomia, mas foi ineficaz.
Escrito por Terra Quente (CIR)