PS diz que “terramoto financeiro” atinge Macedo de Cavaleiros e Câmara refuta

 

Um terramoto financeiro atinge o concelho de Macedo de Cavaleiros.

É desta forma que o PS classifica os números relativos às contas da Câmara Municipal referentes ao ano de 2012.

Em comunicado enviado à nossa redação, a secção rosa informa que o passivo aumentou um milhão face a 2011, situando-se nos 31 milhões de euros.

Números que o vereador, Rui Vaz classifica de terramoto financeiro.

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“Estamos perante números assustadores como resultado da gestão do executivo camarário PSD/CDS PP. Nós chamamos-lhe o verdadeiro terramoto financeiro e efetivamente é isso que consideramos. Muitas questões sobre o futuro de Macedo estão neste momento postas em causa. Um passivo superior a 31 milhões de euros é assustador. Se por um lado conseguem uma redução de 1 milhão e meio de euros nas despesas de médio e longo prazo, também aqui podemos dizer que o faz porque sendo divida à banca tem que o fazer obrigatoriamente, mas em contrapartida os números não são simpáticos no que diz respeito aquilo que é. Podemos afirmar que está a compor de um lado e a estragar do outro.”

O PS refere ainda que para abater o passivo municipal, caberia a cada macedense contribuir com dois mil euros.

Rui Vaz é categórico na hora de afirmar que o futuro de Macedo está hipotecado.

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“Isto em Macedo tem andado em contra círculo. No distrito de Bragança nós temos municípios, até da mesma cor política (não é isso que está em causa), que conseguem, nesta conjuntura que atravessamos, fazer uma boa gestão. Conseguem desenvolver trabalho, a economia dos concelhos e simultaneamente tem contas de gerência controladas, ao contrário do que acontece connosco. Com números desta natureza só podemos dizer que o futuro de Macedo de Cavaleiros está hipotecado.”

A secção política do PS de Macedo de Cavaleiros aponta como possíveis soluções para a conjuntura socioeconómica do concelho, mexidas ao nível da criação de empregos e atrativos para os jovens.

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“É evidente que neste momento temos ideias, temos projetos e temos soluções para o concelho e trabalho, que é isso que não temos visto neste executivo. Nós propomos neste momento desenvolver uma atividade no nosso concelho ao nível da economia, do emprego, dos jovens para que possamos contrariar aquilo que é a tendência ao longo de três mandatos consecutivos. Iremos apresentar essas ideias e esse trabalho para o qual nos propomos brevemente.”

Na resposta, a Câmara Municipal diz que as palavras do PS são falsas.

O vice-presidente, Duarte Moreno sustenta que a dívida de médio e longo prazo diminuiu 1,5 milhões de euros, e revela que há um plano de liquidação para saldar as dívidas, às Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, à Resíduos do Nordeste e à Associação de Municípios da Terra Quente.

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“É completamente falso aquilo que o Partido Socialista diz. Eles fazem uma leitura do balanço que não é fidedigna. Quem ler um balanço sabe que isso não é verdade, quem souber ler. Temos uma divida de médio e longo prazo na ordem dos 11 milhões de euros que decresceu com as amortizações efetuadas este ano 1 milhão e meio de euros. Temos uma dívida de curto prazo de 12 milhões de euros, de entre elas estão as grandes dívidas às três grandes empresas em que nós já temos acordos de pagamento e planos de liquidação com essas empresas. Somando isso, nesses 31 milhões de euros, eles referem 9 milhões de acréscimos e deferimentos. Isto é um resultado de regras contabilísticas mas que não são exigíveis em termos monetários. Estão a contabilizar 9 milhões de euros que não existem.”

Duarte Moreno é peremptório ao referir que não se está perante qualquer “terramoto financeiro” e afirma que a dívida do município ronda os 21 milhões de euros e o ativo situa-se nos 62 milhões.

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“O passivo da autarquia neste momento é de 21 milhões de euros, mas controlados. Sabemos que esta dívida existe, está toda controlada, temos o seu crescimento também controlado e temos o seu pagamento programado em forma de acordos e em forma de planos de liquidação, é isso que nós temos atualmente. Posso referir que 750 mil euros dessa dívida de curto prazo é cofinanciada por fundos comunitários.

“O ativo neste momento está em 62 milhões de euros. Não vejo aqui grandes dificuldades nem terramotos nenhuns relativamente à dívida da Câmara Municipal.”

O vice-presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros sublinha ainda que o desenvolvimento do concelho passa por fixar e devolver os jovens às suas origens a fim de gerar empregos.

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“A estratégia passa por sabermos fixar as pessoas. Se soubermos fixar pessoas têm que se criar postos de trabalho e temos também que virar as universidades para que os seus jovens não sejam empregados de outrem, que criem os seus próprios postos de trabalho porque estamos numa região em que falta tudo e podemos criar os nossos postos de trabalho.

“Estivemos habituados neste últimos anos a que o retorno financeiro de qualquer projeto de investimento fosse imediato, hoje não é assim, nunca se trabalhou assim. A Europa do norte não trabalha dessa forma, investe para que o retorno financeiro seja sustentado no seu tempo por isso vemos grandes empresas que conseguiram tornar-se mundiais porque fizeram investimentos sustentados em todas as áreas, não com retorno imediato mas sim investindo nelas próprias.”

Números e argumentos referentes ao relatório de contas do ano de 2012 da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, apresentado na última reunião de câmara.

 

Escrito por Onda Livre