Além de distante, a saúde está cada vez mais cara.
A distância que separa as localidades do distrito de Bragança dos hospitais centrais é há muito uma preocupação dos transmontanos, à qual agora se junta também o custo de suportar um tratamento de saúde.
O médico de medicina interna do Hospital de Macedo de Cavaleiros, Jorge Poço sublinha que fica cada vez mais caro receber um tratamento hospitalar, mas salienta que a qualidade dos serviços prestados ao doente também é maior.
“Fica caro para o doente e para o estado porque se há uns anos atrás um doente podia ser tratado por um determinado valor, hoje em dia com os meios complementares de diagnóstico, com tudo o que é oferecido ao doente, é natural que isso encareça muito mais. A saúde poderá estar cara para os utentes mas também está muito cara para quem sustenta tudo isto. Daí que possa ser repensada mas quem manda é que terá que decidir, nós estaremos cá para trabalhar.”
A crise social e económica que as famílias portuguesas estão a atravessar é uma realidade que ninguém ousa contradizer.
O sistema de saúde português é composto pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pelos vários subsistemas de saúde públicos e privados.
Jorge Poço avalia ainda o atual sistema de saúde.
“Nós estamos numa fase em que devido às restrições económicas tudo têm que ser repensado e por muito que nos custe muitas coisas vão ter que mudar. Eu estou convencido que os responsáveis não irão por em causa os cuidados essenciais aos doentes. Não espero que vá acontecer nada de extraordinário nesse sentido, estamos sempre apreensivos com o que possa vir por causa desta situação económica que o País e a Europa atravessam. Espero que não haja problemas de maior em relação a isso.”
No caso particular da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, o médico considera que esta possui de boas capacidades de resposta, apenas carece de recursos humanos.
E vislumbra um bom futuro para o hospital macedense.
“Eu tenho um carinho especial por este hospital porque eu já trabalho aqui, vai fazer este mês, 11 anos. Gosto de trabalhar aqui, acho que têm condições estruturais muito boas. Em termos de recursos humanos temos o problema que acontece em todo o distrito, não temos os recursos humanos mais adequados em número. Dentro daquilo que temos procuramos lutar para tentar que os cuidados de saúde prestados sejam aceitáveis, sejam dentro daquilo que se exige a qualquer hospital. Nesse sentido não vejo o futuro em risco, não sinto isso.”
O médico Jorge Poço a afirmar que apesar dos objetivos do Serviço Nacional de Saúde não estarem desvirtuados, a saúde está cada vez mais cara.
Escrito por Onda Livre