Existem muitos casos de violência sobre idosos no distrito de Bragança e poucas denúncias

 

Existem muitos casos de violência sobre idosos e poucas queixas.

O medo dos agressores, que na maior parte das vezes são membros da família, e do que os “vizinhos” possam pensar são a principal causa para as vítimas não denunciarem os casos de agressão.

 A conclusão vem de uma ação de sensibilização “Prevenir a violência na mulher idosa”, que decorreu ontem no Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros.

A coordenadora do projeto, Maria João Jacinto, admite que existem mais casos de violência sobre idosos do que se possa pensar e refere que o principal motivo para as pessoas não apresentarem queixa é o facto de os agressores fazerem parte da família.

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“Penso que haverá mais casos do que os que estávamos à espera. Temos ouvido relatos das pessoas, mesmo nas ações de sensibilização, as pessoas falam e têm exposto muitas situações. Eu penso que haverá mais situações do que as que se pensavam inicialmente. Muitas das vezes estão a expor os filhos, maridos, esposas, pessoas que são próximas, da família. Geralmente os idosos nunca querem por ninguém, muito menos da família, em causa e têm muitos medos.”

Maria Jacinto nomeia uma série de instituições as quais as vítimas podem recorrer em caso de necessidade.

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“Há vários sítios onde podem pedir ajuda, nomeadamente, nos centros de saúde, nos hospitais, nas forças de segurança pública (quer seja na GNR, na PSP ou diretamente no Ministério Público. Existem depois os gabinetes de apoio à vitima, o que abrange o nosso distrito é o da ASMAB (Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança) que cobre todo o distrito e dá apoio a todas as vitimas de violência, idosos ou não. Existe também a Segurança Social e outras IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social). Em Alfandega da Fé, por exemplo, temos agora um gabinete de apoio à vitima, é mais dirigido para o nosso concelho mas se tivermos casos de pessoas que se dirigem a nós serão reencaminhadas.”

Para além das várias instituições, existem números de apoio à vítima.

Maria João Jacinto admite que as pessoas têm medo de prestar queixa.

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“Existem números, se as pessoas não quiserem ir diretamente ver a pessoa, porque geralmente quando veem a pessoa têm medo de pedir ajuda, existem números próprios que podem ligar. São números fáceis, grátis, essa pessoa será reencaminhada e serão tomadas as medidas para a ajudar, não ficam sozinhas. Temos o 144, por exemplo, é a linha de emergência social, é uma linha da segurança social que funciona 24h por dia. Dizem-lhe o que é que a pessoa terá que fazer e são tomadas medidas, será contactada a GNR ou a PSP local, o gabinete de apoio à vítima mais próximo para a poderem ajudar e reencaminhá-la.”

Estas seções são destinadas a todas as pessoas com 65 anos ou mais e tem o objetivo de informar os cidadãos dos seus direitos e do que podem fazer em caso de sofrerem ou terem conhecimento de alguém que sofra de violência.

O Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros recebeu a ação de sensibilização “prevenir a violência sobre a mulher idosa” no âmbito do projeto da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfandega da Fé.

 

Escrito por Onda Livre