As unidades de turismo de habitação numa casa senhorial, como os solares são o destino elitista de turistas de todo o mundo.
Falamos do Solar do Morgado de Oliveira, em Macedo de Cavaleiros, cuja sua construção se perde nos tempos e remonta ao séc. XVII.
Uma viagem no tempo, com histórias de encantar.
Um local onde à noite as famílias se reúnem na sala à volta da lareira a conversar no Inverno, ou nas varandas e pátios ao som de uma suspirante brisa de Verão.
Pertencente ao tetravô de Luís Miranda Pereira, o Solar do Morgado atrai aqueles que vem conhecer as suas raízes.
“Vêm sobretudo à procura das suas raízes. São famílias, umas atrás das outras, que eu faço o possível e impossível para ajudar. Vamos a Morais, a Meles; já fui a não sei quantas aldeias com eles e acabamos sempre por descobrir primos e parentes afastados. São normalmente netos que nunca vieram a Portugal, ou porque a avó é viva ou porque já morreu, têm aquela curiosidade de conhecer as suas raízes. Alguns só querem saber onde a família viveu, descobrir a casa, a terra; é muito interessante esse aspeto. Tive uma vez um caso de um casal belga que veio muito mais para trás, eram descendentes de judeus de Chacim; estamos a falar de séculos; vieram à procura das suas raízes porque sabiam que a sua família tinha saído daqui.”
A arquitetura rústica e os modos de vida tradicionais do turismo rural fazem parte da identidade do povo.
O solar acolhe turistas de toda a Europa, nomeadamente Espanha, França, Bélgica, Inglaterra e Holanda.
O proprietário do Solar acredita que o Geoparque Terras de Cavaleiros irá ter um papel fulcral na dinâmica turística do concelho.
“As pessoas querem conhecer Portugal e a ideia estereotipada do sul, das praias e do Algarve, há um público que não se interessa por ela e interessa-se muito mais o interior. Os operadores estão por sua conta, embora não vá ser injusto a ponto de dizer que a nível do município não se tenha feito muita coisa; designadamente o Geoparque, penso que é das maiores decisões e com mais importância a nível de futuro que se tomou em Macedo de Cavaleiros; creio que é por aí. Tem uma lógica abrangente em termos culturais e tem pessoas empenhadas ligadas ao projeto. Eu já tive oportunidade com um grupo de amigos; umas 30 pessoas; fizemos o Geoparque e teve uma receção espantosa.”
Luís Miranda Pereira deixa um desafio que considera fundamental para “vender” e elevar o nome de Macedo de Cavaleiros através de sinergias conjuntas entre operadores turísticos e as entidades locais.
“Há um potencial enorme em trazer cá os caçadores. Há um outro fenómeno; que os caçadores conhecem e as pessoas ligadas a esse ramo conhecem; são as chamadas viúvas da caça; não há nenhum caçador que não tenha uma mulher que se queixe. Porque é que não se criam programas atrativos para as mulheres dos caçadores? Com todas as coisas que temos aqui de interesse; programar as montarias com um programa complementar para as senhoras e prolongar de alguma maneira a organização da montaria de modo a que as pessoas jantem e durmam. Nesse momento a economia do concelho poderia beneficiar bastante. A caça é um desporto que custa algum dinheiro mas se lhe disseram: o senhor vem e tem um jantar em tal parte, traga a sua mulher que ela durante o dia não fica a secar porque tem estas e aquelas atividades; a consciência do caçador começa a ficar muito mais aliviada.”
O Solar do Morgado Oliveira em Macedo de Cavaleiros é sinónimo de qualidade, tradição, história e herança cultural.
Um espaço que prima pelo saber receber e que evidencia a hospitalidade de Trás-os-Montes.
Escrito por Onda Livre