“Bibo no Umbigo do Mundo” é o título da peça de teatro “que remete para a importância geológica da aldeia e que, com um enredo engraçado, de estórias das gentes, faz a ligação entre estas e o Monte de Morais”, divulgaram hoje os promotores.
A geologia descreve o local como tendo vestígios de dois continentes e de um oceano desaparecidos e envolvidos na formação da cadeia de montanhas do Maciço de Morais, há mais de 280 milhoes de anos, muito antes dos dinossauros, quando os dois continentes chocaram e empurraram a placa oceânica do fundo do mar que os separava.
O local sempre foi um ministério para as gentes que ali habitam. Sobretudo agricultores que não viam as colheitas medrar por afinal estarem a fazer plantações no “fundo” do mar”.
Estudos científicos deram a explicação e mostraram ao mundo o vestígio geológico, hoje em dia motivo de interesse de estudantes, estudiosos e curiosos, e de visitas programadas.
A população desta aldeia vive neste “Umbigo do Mundo” e escolheu-o para o argumento da quarta peça produzida pelo Grupo de Teatro de Morais, que nasceu de uma iniciativa promovida pela Rede Social de Macedo de Cavaleiros para combater a solidão de muitos idosos e promover o convívio de pessoas.
O grupo tem atualmente 17 atores que vão interpretar “Bibo no Umbigo do Mundo”, em que o “bibo” resulta da troca do “v” pelo “b” comum nesta região transmontana.
A estreia está marcada para sábado à noite, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
O largo da aldeia é o principal cenário, “local onde se encontram com alguma regularidade vizinhas, enquanto os seus maridos vão trabalhar para o Monte de Morais, e também um lugar de reencontro de amigos, que não deixam de relembrar bons velhos tempos”.
O argumento apresenta também, segundo divulgou o grupo, “gente ambiciosa e cheia de ganância, que, iludida, procura no Monte um tesouro, não percebendo afinal, que a maior riqueza está na beleza da paisagem, na diversidade da flora e fauna, e numa história de milhões de anos testemunha da configuração do planeta”.