A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Lisboa comemorou 109 anos.
O presidente desta associação diz que foi uma festa de homenagem, de uma casa que foi criada para proteger os transmontanos mais desfavorecidos, numa altura em que a viagem do nordeste à capital demorava dias.
A transferência da sede para um novo edifício, com novas valências, é a grande prioridade assinalada por Nuno Aires.
Um trabalho de Ana Maria Calado, correspondente da Onda Livre em Lisboa.
Ana Maria Calado (AMC) – Esta festa, estes 109 anos, o que é significam para os transmontanos?
Nuno Aires (NA) – Esta festa é uma homenagem aos associados fundadores. Eles fundaram esta casa para proteção dos transmontanos mais desfavorecidos. Aqueles que gastavam 8 dias para virem trabalhar para Lisboa. E foi essa situação de necessidade que criou o Clube Transmontano.
Com 109 anos, queremos comemorar e assinalar a fraternidade e a solidariedade transmontana.
AMC – 109 anos já é uma data a respeitar. Muitas coisa se têm passado desde que é presidente da Casa desde janeiro deste ano. Há alguns planos para a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro?
NA – Os projetos já são conhecidos. Neste momento preocupamo-nos com a transferência da sede para um novo edifício de 6 andares, que irá ter valências. Vai ter um auditório, um salão de festas, um restaurante onde são servidos produtos transmontanos, vamos ter uma loja para produtos regionais… Enfim, vamos ver se conseguimos fazer da nova casa a grande embaixada, a grande montra de Trás-os-Montes e Alto Douro e de todos os transmontanos e alto-durienses.
AMC – Foi ao encontro às suas expectativas estas festa, ou estava à espera de mais transmontanos?
NA – Fase às circunstâncias climatéricas, eu estava a prever que estive muita pouca gente. Felizmente o número excedeu em muito as minhas previsões.
Por isso, estamos todos de parabéns e aproveito o momento para mandar um abraço, de fraternidade e solidariedade, para todos os transmontanos para todos os transmontanos e alto-durienses que estão na região e que, não podendo estar aqui por razões várias, vivam e comunguem deste espírito fraterno tão característico da nossa zona.
AMC – Sei também que esta festa só foi possível com o apoio de várias empresas.
NA – Sim, de uma empresa de Mirandela, as Alheiras Angelina; houve o apoio da Confraria de Vinhos Transmontanos; da Fundação Marquês de Pombal, que nos cedeu o palácio, e todas as instalações para fazer a festa; e se agora me estou a esquecer de algum colaborador mais peço desculpa, mas assim a “talho de foice” não me ocorre mais nenhum.
Agradeço também a todos os transmontanos que vieram dar alma à nossa festa.
AMC – Hoje também foram agraciados alguns transmontanos que pertencem à Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro há 25 anos.
NA – Exatamente, isso é uma forma de assinalar a perenidade, a permanência, a fidelidade e o amor à Casa, que a transforma numa instituição.
Aproveito para agradecer mais uma vez à Rádio Onda Livre a oportunidade que nos dá de levar a todos os transmontanos e alto-durienses a voz dos que estão em Lisboa.”
A Casa de Trás-os-Montes de Alto Douro a comemorar 109, na sua sede em Lisboa.
Um trabalho da correspondente Ana Maria Calado.
Segunda-feira, às 21h, nova entrevista, desta vez mais alargada, na rubrica “Ó gente da minha terra.”
Escrito por ONDA LIVRE