Foi ontem apresentada, em Macedo de Cavaleiros, a criação de um Centro de Distribuição de Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa para a China.
O projeto, que conta com uma plataforma eletrónica online, é financiado pelo IPIM (Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, do Governo da RAEM, divide-se em três centros: centro de serviços comerciais para as PME’s DA China e dos Países de Língua Portuguesa; o centro de distribuição da produtos alimentares destes países; e um centro de convenções e exposições para a cooperação económica.
Alberto Carvalho Neto, da Associação de Jovens Empresários Portugal-China, sediada em Mirandela, destaca as vantagens para os produtores transmontanos ao aderir a este projeto.
“Neste momento, a plataforma que está a ser criada e patrocinada pelo IPIM (Instituto de Produção de Macau) é essencialmente para o setor agro-alimentar, e é uma oportunidade que temos, praticamente durante dois anos, sem custos conseguirmos ter um showroom gratuito quer seja físico em Macau, quer seja na plataforma de i-comers que poderá facilitar os dados do produtor e do agente de exportação para um consumidor, distribuidor ou importador do lado chinês, e do lado de Macau.”
Alberto Carvalho Neto explica o porquê da escolha do setor agroalimentar para arrancar com este projeto.
“O setor em especifico, o agro-alimentar, acaba por ser o mais fácil de promover. É o mais complementar e o que melhor evidencia as nossas experiências e a nossa cultura. Consegue-se comer e beber enquanto falamos, logo, é a melhor forma de fazer negócio do outro lado. Como há pouco dizia, um chinês é muito parecido com um português – gosta de comer, beber e falar. Logicamente, este é o primeiro passo, que vai permitir a plataforma que Macau quer desenvolver interaja com os produtos de língua portuguesa e com a China, promovendo também Macau como uma ponte.
Essa ponte, no futuro, é para ser agregada a outros setores, nomeadamente logística e, provavelmente, turismo.”
Os pequenos produtores deverão, então, unir-se, para conseguirem ter impacto no mercado chinês, diz Alberto Carvalho Neto.
““Se quiseres ir rápido vai sozinho, se quiseres ir mais longe vai em grupo”. Uma pessoa para dar continuidade ao trabalho deve fazêlo em conjunto, principalmente quando estamos a trabalhar em nichos de mercado.
Eu não acredito sinceramente que em Portugal haja muitas marcas que consigam trabalhar em grandes volumes. Nós temos que trabalhar numa prateleira de renome, ligada à alta qualidade e que enalteça tanto a marca Portugal e o grupo de produtores que estão dentro desse conjunto.
Imaginem que agora estamos a falar de um supermercado em que temos um Corner de um metro e meio ou dois, por três metros de altura com marca Portugal e que cada empresário pequenino aqui transmontano consegue meter lá duas ou três referências dos seus produtos. Com o tempo, a marca começa a ficar conhecida e começamos a criar mais oportunidades. Deixamos de trabalhar só com meia dúzia de hipermercados, para começar a trabalhar com outros tantos e vamos crescendo de uma forma sustentada.”
Poderá mesmo ser criado um espaço físico na cidade de Macedo de Cavaleiros destinado a acolher e orientar os produtores que queiram tentar a expansão para o mercado chinês, conforme explica o vereador do Turismo do município, Rui Costa.
“Nós não estamos a falar de Macedo de Cavaleiros, estamos a afalar de toda a região.
Macedo de Cavaleiros é a centralidade, e daí o desafio que nos foi lançado, para poder ajudar nesta criação, nesta primeira fase da criação de uma base que possa ser a plataforma de arranque ou de saída dos nossos pequenos produtores e microprodutores.
Como dizia o Alberto (Carvalho Neto), sozinhos não vão a lado nenhum. Todos juntos poderemos chegar a algum lado.
Esta é mais uma porta que estará aberta para cada um deles individualmente, sendo uma alternativa para aquilo que nós nos vamos queixando que não temos alternativas para nada. Funcionará mediante aquilo que nos for requerido. Neste momento, foi-nos pedido só este apoio logístico. Já se falou que poderá precisar de um espaço físico, onde possa centralizar toda a informação e o registo destas empresas que vão, ou poderão, aderir, e, futuramente mediante a dimensão que possa tomar, o município acompanhará essas necessidades de forma a termos aqui centralizado todos os empresários. Não só de Macedo mas de Chaves, Bragança, Miranda e Vila Real, que queiram estar aqui centralizados.”
O projeto deve arrancar em pleno a três de abril. Durante dois anos, será totalmente gratuito. Depois a previsão é que o serviço passe a custar cerca de 8 mil patacas, 800 euros.
Presente esteve Irene Lau, vogal executiva da IPIM, que apresentou a 20ª MIF, Feira Internacional de Macau, que decorre entre 22 e 25 de outubro, em Macau.
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Escrito por ONDA LIVRE