Uma testemunha disse ontem, no tribunal de Viseu que ouviu quatro tiros na tarde em que Manuel Pinto Baltazar, mas conhecido por “Palito” matou duas mulheres e deixou feridas outras duas, em Valongo dos Azeites, São João da Pesqueira.
Manuel “Palito”, que ontem completou 62 anos, está acusado de ter disparado uma caçadeira contra a filha e a ex-mulher, e duas familiares desta, que morreram.
Na quarta sessão do julgamento, foi ouvido Maurício Ferreira, que andava a trabalhar numa obra perto do local dos crimes, uma casa com um forno onde as quatro mulheres estavam a fazer bolos para a Páscoa, a 17 de abril de 2014.
Desde a primeira sessão que o advogado de defesa, Manuel Rodrigues, tem tentado provar que o tiro que atingiu Sónia foi acidental e que houve três disparos e não quatro.
Manuel Rodrigues tem defendido que, se “Palito” pretendesse matar a filha, teria aproveitado a altura em que estavam a disputar a caçadeira para a atingir, porque, de acordo com a reconstituição, a arma estava apontada ao peito e à barriga dela.
No final da sessão de ontem, o advogado sublinhou que tem havido muitas contradições no julgamento, desde logo relativamente ao número de disparos.
Ontem, foi também ouvido um dos dois militares da GNR que primeiro chegaram ao local, Luís Filipe Lopes, que disse ter encontrado dois cartuchos no exterior (um cheio e outro vazio). Viu ainda um terceiro cartucho, já deflagrado, mas no qual não tocou.
O julgamento prossegue a 13 de abril, dia em que o tribunal já deverá ter recebido os relatórios periciais relativos às doenças das vítimas e o relatório de perícia à personalidade de Manuel “Palito”.
Informação CIR (Rádio Ansiães)