Um jovem de 27 anos morreu esta tarde soterrado na berma da Estrada Nacional 15, às portas Bragança.
O jovem estaria a trabalhar numa vala com 4 metros e meio de profundidade, numa obra de requalificação a cargo de uma empresa subcontratada pelo Município de Bragança, tendo sido surpreendido por um deslizamento de terras.
Os Bombeiros foram accionados quando faltavam 11 minutos para as 4 da tarde. O comandante José Fernandes explica que quando chegaram ao local, apesar do esforço dos bombeiros e da equipa do INEM, não foi possível salvar o trabalhador.
“Quando chegamos ao local, deparámo-nos com uma vítima soterrada até ao nível do pescoço. Criámos imediatamente condições de segurança para os meus homens trabalharem, e a partir daí, fizemos um trabalho que eu considero louvável. Infelizmente o efeito não foi o desejado, ou seja, não conseguimos tirar a pessoa com vida, porque quando chegamos ao local e fizemos a primeira abordagem, havia sinais vitais muito ténues.
A partir daí tivemos o apoio de uma médica e enfermeira e nada mais a primeira coisa que fizemos foi fazer manobras de reanimação, que não tiveram efeito.
Já com o local, que era muito perigoso para os meus homens, começámos a retirar o corpo com muita dificuldade.”
No local do acidente estavam a mãe do trabalhador e o padrasto, que tinham acabado de deixar o jovem no local. Feliciano Ribeiro conta que o enteado se terá ausentado do trabalho para acompanhar a mãe às urgências do Hospital de Bragança, tendo regressado pouco depois das 15 horas.
“Tínhamos acabado de deixar o rapaz. Tinha o jipe virado, para irmos embora para casa, que a minha mulher esteve nas urgências desde as 8 da manha a soro, até agora que viemos a trazer o filho.
Ele não estava a trabalhar com nenhuma máquina. Devia ir a preparar tubos em baixo, que o senhor engenheiro mandou-o entrar para a vala. Ele acabou por entrar e caiu-lhe logo terra em cima. Ficou logo subterrado.”
O padrasto da vítima considera que os trabalhadores desta obra não estão trabalhar em segurança.
“Trazem-nos aqui a trabalhar dez horas não lhe dão ferias não lhe pagam subsidio de ferias não lhe pagam subsidio de Natal. Isto é uma miséria. Era a inspeção de trabalho averiguar estas coisas. Portugal tem que se mexer para isto andar para a frente. Casos destes, com valas profundas e que não têm segurança nenhuma.”
No local esteve o INEM, os Bombeiros e a GNR de Bragança. O trânsito chegou a estar cortado cerca de 45 minutos.
Informação CIR (Rádio Brigantia)