Os produtores de leite transmontanos estão apreensivos quanto ao futuro das suas explorações, agora que o regime de quotas leiteiras terminou e muitos receiam ter de deixar a actividade. Com o fim do sistema regulador prevê-se uma diminuição do valor pago à produção e os efeitos já se fazem sentir.
Logo no primeiro dia do fim do regime, que aconteceu quarta feira, o preço pago ao produtor desceu um cêntimo.
Higino Ribeiro, presidente da Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês, destaca que o montante por litro, que ronda os 28 cêntimos, está actualmente no limiar de suportar os custos de produção.
Uma situação que preocupa o dirigente da associação.
O Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, admitiu ontem em Valpaços que os pequenos produtores menos competitivos, como é o caso da maioria das explorações transmontanas, podem sofrer as consequências da liberalização do mercado, mas adianta que o governo acautelou medidas compensatórias.
No entanto, para Higino Ribeiro esse apoio é diminuto e não vai compensar as perdas previstas:
As quotas leiteiras, criadas há 30 anos, estabeleciam um limite máximo de produção por exploração de forma a assegurar o equilíbrio do mercado na União Europeia.
No planalto mirandês, o sector do leite já teve um grande peso, quando mais de 300 agricultores vendiam 180 mil litros por dia. Agora o número de explorações está reduzido a 70, e a produção a 40 mil litros.
Informação CIR (Rádio Brigantia)