A idade avançada de muitas das pessoas que manobram máquinas agrícolas está entre as principais causas de acidente, e, outras tantas ocasiões, o facilitismo, diz José Rodrigues, membro da Secção de Programas Especiais da GNR.
“Uma das causas é a idade avançada dos condutores. Vemos que os nossos agricultores, quando passamos nas aldeias, são os reformados com bastante idade que costumam andar com os tratores. Alguns deles dizem que aquilo são as pernas deles. Se já não conseguem andar bem a pé, como podem eles controlar uma máquina, principalmente uma que exige muito tanto das pernas como dos braços?
Outra das razões é ser o transporte deles. Deslocam-se para as terras, e, normalmente nunca vão sozinhos no trator. Ou levam o trabalhador, a esposa ou os familiares em cima da máquina. Não vão para trás no reboque, por exemplo. Vão à frente, para conversarem. Depois distraem-se, e acontecem os acidentes.
Por mais que nós digamos às pessoas que encontramos em caminhos ou terras acidentadas, para colocarem o arco de segurança, eles só concordam connosco na hora. Passado um bocadinho, já esqueceram e já o tiraram porque lhes incomoda. Ou bate numa árvore, ou não dá jeito para determinado trabalho. Depois, não voltam a colocar. E há acidentes que só acontecem uma vez. Um arco de segurança pode-lhes salvar a vida.”
Informações à margem de um acidente de trator que ontem aconteceu, no Parque Municipal de Exposições de Macedo de Cavaleiros.
Desta vez, o acidente terminou em bem, pois mais não era do que um simulacro no âmbito da 3ª Feira da Saúde, para sensibilizar para a importância da prevenção.
O simulacro foi organizado pelos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, o INEM e a GNR. Um teatro de operações inventado, mas que muitas vezes é real, como explica Luís Fernandes, sub-chefe dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros.
“Criámos o cenário de um acidente com maquinaria agrícola. Um trator com uma segadeira. Resultou um ferido grave ,que foi atropelado pela segadeira, com a indicação do médico para neurocirurgia; e o condutor do veículo, tendo embatido num objeto estático, foi encaminhado para a unidade de politraumatizados.
Foi um cenário criado, mas há hipótese de estes cenários poderem acontecer. A nossa ideia foi tentar alertar principalmente a população agrícola para os cuidados a ter neste tipo de situações.”
Uma realidade demasiado frequente, que este ano já provocou um morto, como lembra Margarida Pires, membro da organização da Feira da Saúde.
“Porque só estamos a 3 meses e meio do ano e já aconteceram vários acidentes de trator, dos quais já resultou uma vítima mortal e as outras vítimas em estado grave.
Nunca é de mais, no âmbito da saúde e na medicina preventiva, falarmos dos cuidados a ter, nomeadamente nas medidas de prevenção com os tratores.”
Se trabalha com alfaias agrícolas, não se esqueça de respeitar todas as normas de segurança, pois, há acidentes que só acontecem mesmo uma vez.
Escrito por ONDA LIVRE