Continua em estado de coma e com prognóstico muito reservado Marta Nogueira, a jovem de 21 anos, que foi baleada pelo ex-namorado, ontem de manhã, numa pastelaria do Pinhão, Alijó.
O indivíduo, de 31 anos, natural de Baião, atirou também sobre a prima da ex-namorada, Joana Nogueira, de 23 anos, que acabou por morrer no local.
Marta Nogueira foi transportada para os cuidados intensivos do Hospital de Santo António, no Porto, onde o médico João Correia explicou o seu estado.
“Está em coma profundo, ventilada mecanicamente e exibindo 2 ferimentos de bala, um dos quais tinha atravessado completamente o crânio entre o craniano portanto com hemorragia e inundação ventricular e uma outra bala que se tinha alojado no espaço paravertevral a nível cervical embora aparentemente sem compromisso modular. É uma situação muito complicada, foi sujeita á introdução de um cateter para a medição da pressão intracraniana e continua ventilada mecanicamente com um prognóstico naturalmente muito reservado. Logo a entrada a doente estava na classificação de coma Glasgow 5, que é uma classificação que vai até 15, portanto vem em coma muito profundo logo quando foi socorrida no local.”
Na aldeia de Espinho, São João da Pesqueira, de onde as duas jovens eram naturais, os amigos estão chocados com os acontecimentos e garantem que não conheciam o namorado de Marta Nogueira.
“Eu ontem estive com elas no café, elas vinham aqui habitualmente com os pais. O individuo não o conheço, nem nunca o vi aqui.
Ontem faleceu a Joana e vi a sobrinha a Marta a vir aqui ao tio, mas ontem ainda falei para a Joana quando passou por mim. Elas trabalhavam as 2 no mesmo café no Pinhão. O indivíduo eu não o conhecia, nem nunca o tinha visto. Já tinha ouvido falar que ela tinha estado com ele numa festa aqui perto mas eu não o vi e nem sei se já namoravam há muito tempo, pois são coisas que não me diziam respeito contudo penso que provavelmente deveria ser um namoro recente.”
E Cláudia Nogueira, irmã de Joana, a vítima mortal, adiantou que desconhecia que a prima tivesse um namorado tão violento.
“Eu não sabia que ele era assim, parece que ele já tinha sido preso por causa de violência domestica, não sei se foi verdade mas pelo que eu ouvi sim. Nunca pensei que ele fosse capaz de fazer isto. Nunca o vi em lado nenhum, não era habitual ele vir nem a Pesqueira, muito menos a Espinho ele só ia a casa da Marta, neste momento nem está cá ninguém da família pois estão revoltados. Pelos vistos era muito ciumento, mas não é por sentir ciúmes que tinha que fazer o que fez.”
Por seu lado, Silvina Ferreira, 80 anos, avó da Marta Nogueira, tem conhecimento que o homicida era um indivíduo violento e que ligou à família da neta depois de a balear.
“Dizem que ele a tratava mal, que discutia muito com a minha neta. Ele era ciumento e de manhã quando fez o que fez, telefonou a mãe e disse, olhe a sua filha já foi e agora vou matar o seu filho e o seu homem e você fica a sofrer.”
O suspeito, que atualmente andava trabalhava na construção de muros, na zona de Vila Nova de Foz Côa, já estava referenciado pela GNR por atividades ilícitas não especificadas.
Hora e meia depois de ontem cometer o crime entregou-se na PSP de Vila Real, onde disse que tinha matado as duas jovens.
A seguir foi entregue à PJ, que hoje, às 14 horas, o vai apresentar a um juiz no Tribunal de Alijó, para ficar a conhecer as medidas de coação.
Informação CIR (Rádio Ansiães)