É necessário que o consumidor esteja cada vez mais informado sobre as chamadas vendas agressivas. Nestas vendas agressivas estão incluídas as vendas porta a porta, as promoções irrealistas ou as promessas de viagens a preços económicos.
Quem o diz é André Regueiro, jurista da DECO, que sexta feira falou sobre o tema em Macedo de Cavaleiros.
“Normalmente, as excursões que finalizam com um almoço e a exposição de produtos, também as vendas porta a porta, e neste momento, até devido ao mercado liberalizado de energia, vamos ter que nos habituar a que nos batam a porta para vender um novo comercializador de energia.
É por isso necessário que o consumidor esteja cada vez mais informado, porque as propostas, as intervenções de diversos setores, vão ser cada vez mais e o consumidor tem que estar devidamente informado. Se não estiver, tem que ter um local onde ocorrer para solicitar as informações.
Este apoio que a Câmara Municipal presta, e com o apoio da DECO, através do protocolo com a associação de municípios (CIM), é de enorme relevância.”
E André Regueiro deixa exemplos de sinais de que pode estar perante uma venda agressiva.
“Desde logo, é importante que a pessoa se sinta preparada para contratar. Ou seja, se se sentir surpreendido se alguém se deslocar a nossa casa, ou nos telefonar, ou nos convidar para ir a um determinado local, nós não temos a mesma predisposição para contratar. Não estávamos preparados para contratar, e nessas circunstâncias ter muita atenção.
Deve-se solicitar a quem de direito informações sobre determinada empresa, portanto, identificar quem nos esta a vender e tentar procurar informações sobre isso., e ter a noção de uma coisa estas vendas a distância, estas vendas agressivas, têm uma particularidade muito importante, que é o direito de livre retratação no prazo de 14 dias. O consumidor, que foi surpreendido e que contratou um determinado serviço, ou a compra de um bem que, efetivamente, não tem interesse, pode resolver o contrato, sem qualquer custo. Este é um direito muito importante, mas, se não tivermos conhecimento dele não o vamos, usar.”
Esta foi mais uma sessão resultante da parceira da Câmara municipal com a DECO. Carlos Barroso, vice-presidente do município, acrescenta ainda que os mais idosos estão mais expostos.
“A população mais idosa está mais exposta a estas situações , porque é uma novidade que existe nos últimos 10 anos, cada vez com maior dinâmica e com maior agressividade.
As pessoas não estavam preparadas. Nos seus tempos de juventude nada disto se passava. A grande parte das pessoas ainda são do tempo em que os negócios se faziam com a palavra não era preciso dinheiro. Logo, estas pessoas precisam de ser protegidas e alertadas .Perante esta realidade, quisemos colaborar, e a DECO quis estar do nosso lado, mediante o estabelecimento deste protocolo, e ainda bem que assim é.
Toda a gente sabe que já tentaram vender colchões, produtos de beleza ou cartões de crédito que não tinham custos. Isso acontece todos os dias, e tudo isso faz parte das vendas agressivas de que nós temos conhecimento.”
Segundo dados da DECO, no ano passado 4500 consumidores, a nível nacional apresentaram reclamações junto da instituição por terem sido alvo de vendas agressivas.
Escrito por ONDA LIVRE