Os produtores de alheira de Mirandela estão preocupados com os danos colaterais que garantem já estar a sentir devido à associação das alheiras da marca “Origem Transmontana” aos casos de botulismo alimentar.
Esta segunda-feira, alguns produtores viram encomendas canceladas e foram confrontados com dúvidas de consumidores e clientes, o que levou à convocação de uma reunião de emergência com a Associação Comercial e Industrial, entidade gestora da Alheira de Mirandela, de onde saiu um comunicado conjunto a desvincular os produtos certificados transmontanos da marca comercial “Origem Transmontana” associada aos três casos de botulismo em Portugal.
Depois de alguma informação com falta de rigor, difundida por vários órgãos de comunicação social, a ACIM, que é a gestora da Alheira de Mirandela, produto com Identificação Geográfica Protegida, perante a preocupação manifestada pelos produtores da alheira de Mirandela, decidiu emitir um comunicado a clarificar que é necessário institucionalmente esclarecer os clientes, consumidores e todos os agentes económicos que ‘Origem Transmontana’ é apenas uma marca comercial e que não pode desvirtuar a qualidade, o rigor de produção e a confiança nos produtos do território de Trás-os-Montes”
O presidente da ACIM, Jorge Morais, revela que alguns produtores confirmaram que já tiveram encomendas canceladas e foram confrontados com dúvidas de consumidores e clientes, devido à associação das alheiras da marca “Origem Transmontana” aos casos de botulismo.
Os produtores de alheiras de Mirandela pretendem esclarecer os consumidores, defendendo que uma marca comercial não pode por em causa uma região, sob pena de prejudicar uma indústria que representa um volume de negócios superior a 30 milhões de euros anuais, resultante das empresas produtoras, cozinhas regionais e lojas de vendas, que empregam cerca de 500 pessoas.
São os danos colaterais que acontecem depois do comunicado conjunto de entidades a dar conta de que foram detetados, este mês, três casos de botulismo alimentar.
A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca “Origem Transmontana”, com sede em Bragança.
As autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca.
A entidade gestora do fumeiro certificado de Vinhais veio já demarcar-se, da marca “Origem Transmontana”, associada a três casos de botulismo em Portugal.
Também a Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara refere que o agente económico em causa não certifica nem comercializa o fumeiro de Vinhais não estando sujeito aos rigorosos controlos efectuados pelas entidades certificadoras.
A coordenadora da Associação, Carla Alves, considera que o nome da marca pode criar dúvidas no consumidor. A entidade gestora de várias marcas de fumeiro de Vinhais com Indicação Geográfica Protegida teme que o caso possa desvirtuar a qualidade e a confiança nos produtos transmontanos.
Informação CIR (Rádio Terra Quente e Rádio Brigantia)