O Parque Eólico previsto para os concelhos de Torre de Moncorvo e de Carrazeda de Ansiães foi chumbado pelo Governo. A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) é desfavorável à instalação de 30 aerogeradores com 120 metros de altura, equivalente ao tamanho de 40 andares.
O processo de Avaliação do Impacte Ambiental foi concluído no passado mês de dezembro, liderado pelo novo Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Manuel Martins, onde ficou decidido que o projeto não vai avançar.
As razões desta reprovação estão relacionados com o facto de o projeto impactar em grande parte com a Zona Especial de Proteção de Proteção do Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património Mundial da UNESCO. Outro dos motivos que levou a Comissão de Avaliação a dar um “não” ao parque eólico prende-se com o impacte sobre a fauna. Lê-se na DIA que “os impactes negativos mais significativos previstos com a implementação do parque eólico serão sobre as aves e comunidade de morcegos. Relativamente à comunidade de morcegos foram identificadas 24 espécies, sendo 9 com estatuto de ameaça”.
Na zona da implentação do parque, estão identificadas 14 espécies protegidas de aves de rapina, sendo que 4 tem o estatuto “em perigo” e 2 tem o estatuto de “vulnerável”. Caso o projeto se mantivesse, existiria o risco de colisão das aves com aerogeradores e com linhas eléctricas, nomeadamente de 2 casais de Águia de Bonelli.
Também se contam impactes sobre a flora, nomeadamente na floresta de sobreiros e azinheiras, e destruiria o habitat prioritário dos zimbrais.
Em outubro último, a Quercus já tinha alertado a UNESCO sobre os riscos deste projeto do Parque Eólico de Torre de Moncorvo afetar a paisagem na Zona Especial de Protecção do Alto Douto Vinhateiro.
Escrito por ONDA LIVRE