Os médicos da zona Norte estiveram ontem em greve. Depois de Maio deste ano, altura em que se deu o último protesto que procurava a alteração de condições de trabalho deste setor, os sindicatos dos médicos queixam-se que nada foi feito e é necessária uma nova paragem dos serviços.
Jorge Roque da Cunha, Secretário-Geral do Sindicato Independente dos Médicos, diz os motivos que levaram a esta paralisação.
“Que seja reposto aquilo que nos foi retirado durante a troika. Neste momento não estamos a falar de salários, estamos a exigir que o número de utentes por médico de família diminua de uma forma progressiva não pondo em causa, naturalmente, a cobertura nacional necessária de todos os seus utentes. Das 18h de urgência que os médicos são obrigados a fazer passar para 12h para que nessas 6h possam fazer cirurgias e consultas programadas e numa palavra a reposição do valor hora que foi subnegado na altura da troika, que nem sequer 3 anos depois da saída limpa e do final da austeridade isso ocorreu. Portanto, na prática desta vez estamos a exigir melhores condições de trabalho.”
Outro objetivo desta greve é direcionado para os recém-formados que são contratados cada vez mais tarde.
“Também a necessidade de contratação de médicos que há cerca de 6 meses acabaram a sua especialidade e o Ministério da Saúde não os quer contratar e por isso, com esta nossa atitude, que junto dos utentes causa, naturalmente, alguma perturbação é no sentido de solidificar o Serviço Nacional de Saúde.”
Admitindo a dificuldade que os médicos têm em realizar greves, o sindicalista diz que só exigem aquilo que lhes foi anteriormente prometido.
“As greves para um médico são sempre difíceis de fazer. Os nossos doentes não desaparecem, sabem bem quem gosta deles e que quem os acompanha somos nós e uma vez que não os vamos ver hoje, nestes próximos dias teremos de reprogramar. Naturalmente que nós esperamos que o Ministério da Saúde e os partidos que apoiam, nomeadamente o Partido Socialista, o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista Aos Verdes tenham atenção que aquilo que nós estamos a solicitar é tão simplesmente aquilo que foi prometido, que é reverter, é o que tem de ser aplicado aos médicos.”
No geral, a ULS teve uma adesão de 30% durante toda a manhã nos 3 hospitais com todas as cirurgias a serem canceladas. À tarde já se realizaram duas a doentes oncológicos, segundo dados da Delegação do Sindicato dos Médicos do Norte.
Escrito por ONDA LIVRE