Macedo de Cavaleiros e Freixo de Espada à Cinta podem agora pedir apoios pelos prejuízos com os incêndios

Os agricultores penalizados pelos incêndios nos concelhos de Macedo de Cavaleiros e Freixo de Espada à Cinta podem agora requerer apoio financeiro ao Estado.

A portaria publicada em Diário da República a 2 de outubro prevê um ajuda no montante total de 10 milhões de euros para distribuir pelos trinta concelhos considerados pelo governo como áreas “atingidas pela catástrofe natural” dos incêndios que tenham ocorrido nos meses de julho e agosto.

São os dois únicos concelhos abrangidos no distrito de Bragança, cujo apoio destina-se à reconstituição ou reposição do potencial produtivo das explorações agrícolas afetadas, nomeadamente animais, plantações plurianuais, máquinas, equipamentos, armazéns e outras construções de apoio à atividade agrícola, desde que sejam explorações reconhecidas pela DRAPN (Direção Regional de Agriculturas e Pescas do Norte) e cujos prejuízos ascendam a 30 %.

Paulo Silva, engenheiro da Proteção Civil Municipal de Macedo de Cavaleiros explica como podem ser requisitados os apoios.

 

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“A atribuição não é de uma forma geral. Agricultores que pretendam usufruir têm de preencher um formulário por isso eu aconselho os agricultores a dirigirem-se ou à Direção Regional de Agricultura aqui em Macedo de Cavaleiros, à zona agrária ou então na Associação ou no local onde costumam fazer os seus subsídios, preencherem esse formulário e candidatarem-se a essa ajuda. Depois conforme forem os seus prejuízos as candidaturas vão ser avaliadas e depois será atribuído conforme os prejuízos que tiveram.” 

 

Os pedidos para a ajuda financeira devem ser feitos até dia 30 de novembro.

No caso do concelho de Macedo, houve seis incêndios com mais de 100 hectares de área ardida. 2017 foi o pior dos últimos 27 anos a este nível e os prejuízos na agricultura foram avultados.

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“Foi um dos piores anos. Pior mesmo só em 1990 e devido também à seca extrema que estamos a passar, ainda mais. Pastos para os animais deixaram de existir. além de colmeias que arderam; já por si a produção da azeitona estava mal, veio piorar com muitos hectares afetados, soutos no caso do incêndio em Chacim também afetou muito a área de souto e por isso mesmo os prejuízos foram avultados.”

 

Embora o número de ocorrências seja menor do que em alguns anos anteriores, a área ardida é superior.

Paulo Silva considera que as condições climatéricas e a falta de humidade são os responsáveis pelas grandes proporções atingidas pelos incêndios este ano, porém, há situações que não se devem a isso.

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“Eu julgo que a nível Nacional deve-se essencialmente às condições climatéricas que este ano tivemos. Temperaturas muito elevadas e humidades relativas muito muito baixas, ventos fortes e este período de seca que levou a humidade da vegetação a baixar a níveis muito muito baixos. É muito estranho porque houve algumas ocorrências à noite, depois das 21h30, por exemplo, o grande incêndio de Macedo de Cavaleiros que teve o ponto de início em Chacim, na Serra de Bornes, foi às 2h da manhã e isso dá-nos todas as indicações de que foram por mão criminosa e por isso mesmo temos de deixar a investigação concluir os seus trabalhos.”

Em Macedo de Cavaleiros, apenas são abrangidos pela portaria dois incêndios, o de 16 de julho que começou em Alvites, Mirandela alastrando aos termos do concelho vizinho, nomeadamente às aldeias de Brinço e Meles, e o maior registado este ano no concelho, que teve início em Castelãos, dia 14 de agosto, e que resultou em 1000 hectares de área ardida.

 

Escrito por ONDA LIVRE