Municípios Terra Quente estão sem recolha de lixo devido a greve

Os trabalhadores de recolha de lixo da empresa FCC, Fomento de Construcciones y Contratas, para o centro da Terra Quente estão a partir de hoje em greve e afirmam deixar acumular lixo até ao final deste ano depois de terem recebido uma carta que os informava que a empresa iria cessar funções no dia 31 de dezembro deixando os trabalhadores dependentes da política de transmissão para a empresa que viria a seguir. Após terem recebido a notícia por escrito há cerca de uma semana, Armando Lopes, representante da FCC, refere que não lhes foi dito qual seria o futuro dos trabalhadores nem a empresa que viria no próximo ano, admitindo ainda o medo de perderem os postos de trabalho.

 

“Até à data ainda não sabemos rigorosamente nada, para onde vamos nem se somos vinculados em outra empresa para garantir os nossos direitos. Não sei, não temos nenhuma resposta até à data. Foi uma transmissão, é o que nos dizem, que foi uma transmissão para outra empresa, podemos dizer para uma empresa fantasma porque neste momento não sabemos, andamos como uma bola de ping-pong a saltar de um lado para o outro. Não sabemos de nada, nem direitos nem se vamos para fora ou se vem outra empresa para cá que nos mantenha os contratos ativos com as condições que temos até aqui.”

 

Duarte Sanfins, o chefe de contrato da empresa, refere o motivo pelo qual a FCC vai abandonar serviços, explicando que percebe a preocupação dos trabalhadores sobre o futuro contratual de cada um.

 

“Vamos embora por razões der mercado, não fomos a empresa mais mais competitiva e por tal vamos sair. Nós estamos a trabalhar na Terra Quente Transmontana há mais de 20 anos e vamos terminar os nossos serviços com data de dia 31 de dezembro. Somos uma empresa que sempre pautou por prestar um bom serviço à população e por cumprir estritamente os compromissos com os trabalhadores. No dia 31 de dezembro os trabalhadores deixam de ter vínculo com a empresa e a empresa comunicou aos trabalhadores e à entidade gestora que entendemos que vai haver uma transmissão dos contratos de trabalho. Os direitos e postos de trabalho são transmissíveis para o futuro adjudicatário do serviço. De outra forma os direitos e os postos de trabalho não estão totalmente assegurados. Claro que esta incerteza gera muita instabilidade e preocupação aos trabalhadores e a greve deve-se justamente a isso, por eles entenderem que não está garantido que a próxima empresa venha a ficar com eles.”

 

Na última sexta-feira foi lançado um concurso público urgente pela Resíduos do Nordeste para determinar um novo adjudicatário porém os trabalhadores continuam sem obter mais informações.

Responsáveis pela recolha diária de lixo dos concelhos da Terra Quente Transmontana (Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor), os trabalhadores deixam saber que vão ser assegurados apenas os serviços mínimos de recolha de lixo, ou seja, hospitais, centros de saúde e escolas e apenas manutenção dos caixotes internos.

Ao que conseguimos apurar durante a tarde de hoje os trabalhadores iriam reunir com o Diretor-Geral da Resíduos do Nordeste a fim de obterem mais informações sobre a situação.

 

Escrito por ONDA LIVRE