A Freguesia de Vale de Prados e a União de Freguesias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco, no Concelho de Macedo de Cavaleiros não têm vindo a pagar a água à Câmara Municipal, mas sim às respectivas Juntas de Freguesia.
Uma situação com a qual o atual Executivo se deparou e considera, segundo Rui Vilarinho, vereador do Município, uma situação injusta perante as demais Freguesias.
“Isto é um refazer do sentido de justiça porque estas Freguesias estão adquirir água proveniente da ETA do Azibo, por orientação política não estarão a pagar a água e, acho que é uma injustiça grande para as outras Freguesias, atendendo a que consomem água e pagam e estas não têm porque não pagar. Aliás, isto é um contributo para que também as pessoas pagando a água saibam quanto custa e provavelmente irão acabar por poupar mais do que se não a pagarem.”
O objetivo é proceder agora a uma municipalização das águas, sobre o que, Alípio Marcos, Presidente da Junta de Freguesia de Vale Prados, refere, não ter sido previamente avisado desta decisão e, afirmar haver desde sempre um pagamento simbólico da água.
“A água de Vale Prados há precisamente três anos que por deficiência das nossas nascentes e furos e parte da aldeia está a ser abastecida pela água de Vale Prados. Ou seja, a aldeia está a ser abastecida pelas nascentes e furos da Freguesia e a água é paga. A água sempre se pagou apenas no período de verão, paga-se de Junho a Setembro e é pago à Junta de Freguesia um valor significativo relativamente baixo comparativamente com as taxas do Município. Mas, o Município não pode querer municipalizar aquilo que não é dele, ou seja, o Município neste momento não tem capacidade para abastecer a Freguesia de vale Prados da água de Macedo sem recorrer às nascentes e às fontes da Freguesia. Ora, as nascentes e os furos, as bombas, este investimento é da Freguesia, da Junta. A captação da água é do povo, que muita parte da população idosa lá trabalhou diariamente para fazer uma captação da água que vem para a aldeia.Lamento que as relações entre as instituições sejam desta forma, que não haja uma reunião prévia antes de tomar qualquer decisão.”
Também David Martins, Presidente da União de Freguesias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco garante não ter sido avisado pelo Município desta deliberação mas confirma que a água não é paga.
“A minha opinião é que, o Município devia ter falado antes com as Juntas de Freguesia para sabermos como vai decorrer a municipalização da água. A única informação que tivemos foi ontem na Assembleia Municipal. Nós não estamos a consumir água do Município no momento. Com o anterior executivo, devido aos problemas de seca tivemos a água ligada algumas vezes mas não era todos os dias, o consumo não é nada de mais nestas Freguesias. A água não é paga, o que é pago é uma compensação de manutenção de rede de água em Espadanedo, Valongo, Murçós, é uma compensação que se paga.”
Uma situação que está agora a ser regularizada, até porque, o Município considera estar a contribuir para o desequilíbrio financeiro nas contas da autarquia.
Escrito por ONDA LIVRE