Pelo menos essa é a vontade do Safari Club Internacional, a maior organização mundial de caçadores, que está disposta a financiar o desenvolvimento de um Plano Global de Gestão para que, em colaboração com a Universidade de Aveiro, seja determinado o número de espécies que podem ser caçadas, de forma sustentável, nos cerca de 14 mil hectares da serra, como explica Rui Sequeira, do Safari Club Internacional:
“Os Planos Globais de Gestão existem para permitir criar as bases para gestão de uma espécie única numa determinada zona de caça. Sabemos que há necessidade de promover a atividade cinegética ao corço.
Neste momento, ainda estamos numa fase de auscultação das zonas de caça para saber se há interesse em desenvolver este plano. Se for essa a intenção, avançamos com o plano que vai permitir que esta forma de caça esta seja complementar a outras que já existem.”
Uma atividade cinegética que pode constituir uma mais-valia para região a vários níveis, acrescenta Rui Sequeira:
“Queremos que a Serra de Bornes, e consequentemente os concelhos de Macedo de Cavaleiros e Alfândega da Fé, venham a ser uma referência no panorama cinegético nacional através da caça ao corço, e há vantagens que daí advêm tal como no setor da restauração e hotelaria. O objetivo é que se alguém quiser caçar este tipo de animal, saiba que esta é a melhor zona para o fazer.”
Desde 2015 que cerca de 1200 hectares da Serra de Bornes já são explorados para a caça ao corço pela Associação de Caçadores de Grijó e Vilar do Monte no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Um abate que é feito em função do número de efetivos desses animais que anualmente são contabilizados naquela área, como explica Raul Fernandes, presidente dessa associação de caçadores:
“Em 2015 fizemos o estudo sobre a avaliação quantitativa dos animais. Foi um trabalho feito por uma aluna espanhola da universidade de Vila Real que permitiu a obtenção da autorização para caçar corços nesta zona de caça. Definimos na época venatória 2015/2016 caçar um corço, a seguir dois e no ano passado caçámos três, quantidade essa que mantemos até agora. Estamos a fazer uma avaliação ao longo dos anos para saver qual é o comportamento da população. Se esta vier a aumentar, para o ano iremos alargar a caça para quatro corços.”
No próximo dia 23 de novembro, o Safari Club e as demais entidades envolvidas vão estar no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros para uma sessão aberta a toda a população, na qual, além de clarificar os objetivos deste plano, vão-se determinar as zonas interessadas na caça ao corço, tanto nos concelhos de Macedo como de Alfândega da Fé, para que, a partir dai, se possa avançar com o desenvolvimento do Plano Global de Gestão, que terá de ser validado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para que, possivelmente a partir de 2020, se comecem a caçar corços em toda a extensão da Serra de Bornes.
Escrito por ONDA LIVRE