A falta de privacidade, a ausência do companheiro e o estado de saúde são alguns dos factores que influenciam a sexualidade em pessoas idosas que se encontram institucionalizadas. Este foi um dos temas que esteve em análise, esta sexta-feira, no congresso SexualidArte, que aconteceu em Alfândega da Fé. Esta foi uma das preocupações manifestada por um dos oradores Victor Silva, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Flor:
“Não que as instituições não dêem respostas a isso, no entanto, entre o próprio idoso, podem haver vários problemas, como desconforto, solidão, ou mesmo não conseguirem manifestar essas demonstrações de carinho e afeto.”
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas com mais idade em instituições, o orador defende a intervenção psicológica e social. Outro dos oradores foi Raul Sousa, médico e director do Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros que defende o acompanhamento por uma equipa multidisciplinar, nas consultas de sexualidade:
“Temos os nossos serviços de saúde com vários grupos profissionais. Temos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, que no caso da reabilitação é também necessário. Tudo isso, pode ser uma mais-valia para uma consulta de sexualidade a nível dos cuidados de saúde primários.”
Ana Teresa Ramos, presidente da comissão organizadora do congresso fez um balanço positivo do evento e identifica que o ensino da sexualidade continua a ser um lacuna nas escolas:
“Numa primeira impressão foi muito positivo, tivemos muita gente a assistir, as conferências foram boas, os palestrantes ótimos. Onde se levantaram mais problemas foi na educação sexual, na parte do ensino, todas as outras áreas me pareceram mais sedimentadas. Há muitas dúvidas ainda, e não só no Interior, em todo País, eu acho.”
Este foi o primeiro congresso organizado pela ATA – Associação Território de Afetos, uma associação sem fins lucrativos, criada em Alfândega da Fé. O segundo vai ser realizado em Vila Real e como tema será o Erotismo e Arte.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)