Este ano prevê-se uma quebra na produção de azeite, na ordem dos 15 por cento. A estimativa é avançada pelo presidente da APPITAD – Associação de Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro.
No entanto, Francisco Pavão antevê que seja mais um ano de produção de azeite de excelente qualidade devido aos poucos problemas fitossanitários.
“Será um ano com menos quantidade, as previsões para o país rondam um decréscimo de 15%, mas a campanha também só começou praticamente agora.
Por sua vez, e segundo o que me tem sido reportado, a qualidade é excelente, o que espero que compense a perda de quantidade.”
Mas, Francisco Pavão não tem dúvidas que para chegar a este patamar de excelência da qualidade do azeite de Trás-os-Montes, tem implicado muito trabalho de todos e, em particular, a adoção, por parte dos produtores, de novas regras e procedimentos, nomeadamente da antecipação da campanha.
“Cada vez mais os produtores iniciam a colheita de azeitona mais cedo, temos alguns lagares e cooperativas que fazem essa campanha antecipada e a qualidade tem vindo a ser premiada. Trás-os-Montes é a região do país que mais prémios recebe no que toca a este produto, o que é fruto de muito trabalho que se tem feito nesta área.
Os produtores e os lagares juntaram a investigação e o Ministério da Agricultura numa série de iniciativas que permitiriam que as pessoas vissem, acreditassem e cada mais colham a azeitona mais cedo.”
O presidente da APPITAD lança o desafio ao Governo para que invista num plano de regadio para esta região, para que seja possível mitigar os efeitos das
alterações climáticas. Mas, Francisco Pavão também entende que é necessário educar os agricultores para o uso eficiente da água.
“A questão do regadio é fundamental, não a nível concelhio mas sim intermunicipal, criando estruturas.
Todos os dias vemos passar a água nos nossos rios, mas pouca é armazenada e utilizada.
Portanto, se quisermos continuar a subsistir em Trás-os-Montes é fundamental que sejam criadas pequenas bacias de água que permitam aos agricultores regar de forma eficiente.
Portanto, um plano estratégico de regadio para a região é fundamental para conseguir mitigar os efeitos das alterações climáticas.”
Francisco Pavão ressalva que não está a defender a criação de um Alqueva, mas antes vários pequenos Alquevas, que permitam aos agricultores que, em anos de
seca, possam regar, usando a água de forma eficiente.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)