Carreira Aérea Bragança/Portimão assegurada para os próximos quatro anos

O Ministro das Infraestruturas esteve ontem em Bragança numa sessão de lançamento do concurso público para a realização da ligação aérea Bragança/ Vila Real/Viseu/ Cascais/ Portimão.

O concurso, publicado terça-feira em Diário da República, tem o prazo de 62 dias e o presente contrato termina a 22 de Dezembro, mas será evitada a interrupção através de um ajuste directo.

Pedro Marque explicou que só agora foi possível avançar com o concurso:

“Este concurso foi aberto quanto tivemos condições de definição das obrigações de serviço público por parte da Comissão Europeia.

A boa notícia é que, ao contrário doq ue aconteceu no passado, o concurso é aberto antes do final da concessão e já estamos em negociações com a atual concessionária para fazer este período de transição até à conclusão do concurso atráves do ajuste direto.

Para que o quadro legal nos permitisse utilizar este mecanismo transitório, era muito importante termos as condições legais criadas para o avanço do concurso, o que agora já está assegurado.

Este é um concurso que acrescenta em relação à situação atual, desde logo porque adiciona um ano aquilo que é a duração do serviço, o que certamente vai permitir que mais empresas concorram.”

O apoio dado atribuído à concessão é de 10 milhões e 400 mil euros, mais cerca de 3 milhões de euros em relação ao contrato anterior e para um período de 4 anos, mais um do que a actual.

Um sinal, diz o ministro, de que a ligação vai ser mantida:

“Permite-nos também dizer aos cidadãos que utilizam esta carreira aérea que a ligação é para manter e durante um largo período de tempo.

A interrupção que tivemos anteriormente não foi boa para a utilização desta ligação, chegamos a ter taxas de utilização abaixo dos 50% quando a carreira foi retomada em 2016, e isso tem a ver com o facto de ter deixado de estar disponível durante três anos, o que não nos parece que tenha sido uma boa opção, de tal forma que o mercado na altura não respondeu nem fez a carreira sem apoio público.

Nós estamos nos territórios mais interiores de Portugal e, por isso, precisávamos deste tipo de ligação com apoio público.

Esperamos manter, e até quem sabe melhorar, os atuais números de ocupação da carreira que já estão perto dos 80%.”

O presidente do município de Bragança, Hernâni Dias, considera que o lançamento do concurso foi uma boa notícia, apesar de a ligação continuar a ter paragem em Tires e não na Portela, em Lisboa.

“Manifestamos essa preocupação, gostaríamos que a paragem fosse na Portela, mas reconhecemos que, por uma questão de operacionalidade, isso não seria possível.

Tem vindo a ser apontado como um transtorno em função do tempo despendido de Cascais até à cidade de Lisboa, mais concretamente na zona onde o autocarro acaba por deixar as pessoas, mas a verdade é que há que ver aqui o lado positivo que é a questão do tempo que é poupado nas viagens realizadas para Lisboa, e obviamente que tudo isto tem de ser também ponderado, havendo, por vezes, questões técnicas que também não conseguem ser resolvidas.”

Só este ano utilizaram a ligação 13 mil passageiros.

A linha aérea que liga o Nordeste Transmontano a Lisboa fez-se de forma ininterrupta ao longo de 15 anos, entre 1997 e 2012, tendo sido retomada em Dezembro de 2015, com mais paragens e um prolongamento até Portimão.

Está agora garantida a continuidade desta rota por mais 4 anos.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)