Macedo de Cavaleiros recebeu o II Encontro de Associações Juvenis do distrito de Bragança

O associativismo juvenil está a passar por dificuldades e os territórios de baixa densidade são dos que mais sofrem com isso.

Esta é a certeza de Cátia Camisão, vice-presidente da Federação Nacional de Associações Juvenis:

“Os principais fatores têm a ver com as regiões onde as Associações se localizam. Para muitas delas, como é o caso das da região de Bragança, onde as associações ficam em zonas consideradas de baixa densidade populacional, onde os jovens escasseiam por serem forçados, devido ao percurso académico ou laboral, a deslocalizarem-se para outras regiões, acabando por não se manterem na região de origem, o que impede a criação e manutenção das associações. A lei acaba por não ter em conta a realidade local, e por ser demasiado simplista, cria confusão onde não devia existir. Estamos perante uma proposta de alteração à lei que rege o setor, que de certa forma tem alterado alguns paradigmas e altera uma realidade, que não sabemos ainda o impacto que irá ter.” 

 

Uma proposta de alteração à lei que prevê facilitar a atividade destes organismos:

“Falamos da questão dos apoios, da facilidade de ligação entre entidades do Estado, em que não existe uma partilha de dados. Uma associação jovem tem de ir de departamento em departamento justificar a sua ligação a uma associação, quando todo esse processo devia ser simplificado. Temos a questão da devolução do IVA, uma reivindicação há muito mantida. Devia ser feita uma equiparação das associações juvenis às IPSS e assim, de alguma beneficiar dessa devolução do IVA no decorrer da realização das suas atividades.”

 

Declarações à margem do II Encontro de Associações Juvenis do distrito de Bragança que aconteceu este sábado em Macedo de Cavaleiros.

Presentes estiveram cerca de uma centena de membros de associações do distrito, que durante o dia mostraram um pouco das atividades que desenvolvem.

Momentos importantes que pretendem, acima de tudo, criar uma maior ligação entre os grupos juvenis, como refere Tito Resende, presidente da Federação das Associações do distrito de Bragança:

“O objetivo é que todas as associações se conheçam melhor, porque há uma certa falta de ligação entre elas. Com estes encontros, ficamos a conhecer o trabalho de cada um de melhor forma. Em outros distritos estes encontros já acontecem há vários anos, mas em Bragança a Federação só agora foi criada.”

 

A anfitriã deste encontro foi a Associação de Jovens Artistas Macedenses (AJAM), cuja presidente, Ana Fernandes, considera uma mais-valia para promover também o trabalho que desenvolvem:

“O convite veio por parte do Tito, o presidente da Federação das Associações do distrito de Bragança, e ele propôs à AJAM ser a anfitriã deste evento em Macedo de Cavaleiros. É um sítio central, a AJAM tem feito muitas atividades ao longo destes anos e seria um método de promover a nossa associação e a nossa cidade.”

 

Para Elsa Escobar, vereadora da cultura do município de Macedo, este tipo de mostras culturais são uma forma de incentivar a que sejam criadas mais associações:

“É uma forma de as pessoas terem noção de como são as associações, terem conhecimento de boas práticas e embarcarem nessa onda de fazer associações que são sempre importantes em termos sociais e educativos, bem como na dinamização de qualquer atividade que se proponham fazer. É aquilo que considero como uma partida de boas práticas, este tipo de encontros.”

 

Ao todo, foram cerca de 25 as associações do distrito representadas.

A Azimute foi a vencedora do prémio de mérito associativo 2018.

 

Foto: FAJUVISDB 

Escrito por ONDA LIVRE