ULSNE quer aumentar os conhecimentos do doente sobre cuidados de saúde

Macedo de Cavaleiros recebeu o I ciclo de conferências da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) para a população. Trata-se de um projeto-piloto iniciado em setembro de 2017 sobre literacia para a segurança dos cuidados de saúde.

A ULSNE foi uma das nove instituições a nível Nacional a ser escolhida para a implementação deste projeto que consiste em aumentar os conhecimentos do doente sobre saúde, como explica Eugénia Madureira, diretora clínica para os cuidados hospitalares da ULSNE:

“Até há bem pouco tempo os doentes, os cuidadores e familiares eram pouco envolvidos no processo de doença. As pessoas não questionavam muito os profissionais de saúde e o que se pretende hoje em dia é mudar esse paradigma e tornar o doente como um sujeito ativo e não passivo. 

Por exemplo, falarem sobre tratamentos, os exames que vão fazer, alternativas para um tratamento proposto, os efeitos.

Já não se compreende que hoje em dia, pessoas jovens, apareçam a tomar medicamentos, por exemplo, para a hipertensão, e as pessoas não saibam o que estão a tomar.  

Queremos mudar isto, este papel passivo do doente.”

 

Conferências que contemplam vários temas para discussão, sobre os quais desde o início do projeto têm vindo a ser feitos inquéritos com os doentes para detetar dúvidas frequentes:

“É a promoção da higiene das mãos, segurança cirúrgica, segurança na utilização da medicação, prevenção de quedas, úlceras de pressão e de infeções de resistência aos antibióticos, são os temas tratados.

Nós fizemos dois inquéritos nos primeiros meses em que começámos o projeto, e agora um mais recente. No primeiro, especialmente em consulta externa, a doentes e familiares, tínhamos uma adesão que não chegava aos 50%, e na segunda volta já havia cerca de 70%.

Sobre estes temas, comparando com outras instituições de saúde, a ULSNE foi das que teve melhores resultados e em algumas áreas acima da média nacional.”

 

Todo o ciclo de conferências tem um moderador que faz o papel de cidadão e que interroga os profissionais acerca destes temas:

“O papel do moderador é por-se no lugar do cidadão comum e expor questões de medicação, pré-cirurgia, o que se deve dizer aos profissionais de saúde, se devo lavar as mãos quando vou ao hospital, uma série de coisas. Basicamente é levantar perguntas sobre estes temas, nos quais ainda surgem algumas dúvidas.”

 

Esta iniciativa já passou por Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.

Para o II ciclo destas conferências não há ainda data mas espera-se que possam acontecer já no próximo ano.

 

Escrito por ONDA LIVRE

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