“O Interior Norte deveria estar nas prioridades da União Europeia”, e por esse motivo devia ter acesso a um envelope financeira mais avultado. A Ideia foi deixada em Vila Real pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes durante a apresentação do seu livro “Pela Nossa Terra – Trás os Montes 2019”. O Eurodeputado defendeu ainda a criação de instrumentos financeiros especiais para este território
“O dinheiro não está a cair no sítios onde deveria.
Os recursos da União Europeia não podem ser utilizados, nem para despesas correntes nem para aumentar as assimetrias regionais. Por isso, eu insisto sempre que as taxas de co-financiamento para o interior devem estar no máximo, o que não deveria acontecer para as regiões que não precisam.
Poderíamos e deveríamos criar instrumentos financeiros para este território.
O banco de fomento que existe em Portugal deveria ter instrumentos financeiros que, através do Plano Juncker emprestasse, por exemplo, dinheiro às pequenas e médias empresas que se fixassem no interior a uma taxa de juro de 0%.
As zonas que têm dificuldade em fixar população, e que devido às condições geográficas não conseguem atrair tanto investimento, deveriam ser privilegiadas. Nesse sentido, o interior norte deve estar na prioridade e deve ter acesso ao envelope financeiro que é de 3 400 milhões só para o norte no programa 2014-2020.”
O Eurodeputado frisou ainda que a taxa de natalidade é também uma preocupação do PSD que nestas eleições para o Parlamento Europeu o seu partido tem uma proposta que passa por uma Estratégica Europeia de Natalidade.
“A demografia é uma preocupação à escala da União Europeia que ainda se reflete de uma forma mais forte em Portugal, sobretudo nestes territórios.
A questão da natalidade é essencial e, por isso, o PSD defende que haja uma estratégia europeia para a promoção da natalidade.”
O livro Pela Nossa Terra do Eurodeputado José Manuel Fernandes foi apresentado pelo vice-reitor para a área de investigação e invocação e da UTAD Emídio Gomes, e pelo vice-presidente da Distrital do PSD, José Manuel Gonçalves, também autarca de Peso da Régua, que referiu que enquanto presidente de Câmara sente-se prejudicado com a distribuição dos Fundos Comunitários.
“Aquilo que cada vez sentimos mais enquanto autarcas, nomeadamente no interior, é que há uma descriminação e somos francamente prejudicados na distribuição dos fundos comunitários.
Os fundos vêm para a coesão e o que sentimos é que a maioria deles não cumprem aquilo que é o seu objetivo, e temo que qualquer dia comecem a olhar para eles, verificam que não estão a atingir esses objetivos, e cortem-nos.
Portanto, aquilo que eu digo é que temos de começar a ponderar e um dia, eventualmente, manifestarmos a nossa incapacidade de poder fazer cá essa distribuição, e as comunidades intermunicipais poderem negociar diretamente com Bruxelas aquilo que é o seu envelope, respondendo também sobre aquilo que os resultados desse envelope podem trazer para a região.”
O Eurodeputado José Manuel Fernandes tem vindo a apresentar o seu livro “Pela Nossa Terra”, uma compilação do que a Europa atribui a cada autarquia e freguesia, servindo “como prestar de contas”, um livro que pretende ainda valorizar o trabalho de proximidade e envolvimento dos autarcas.
INFORMAÇÃO CIR (Universidade FM)