O arranque da mobilidade turística estava anunciado para agosto deste ano, mas as obras necessárias para iniciar as viagens ainda não começaram.
Por isso, nem comboio a apitar na linha do Tua, entre Mirandela e Brunheda, nem barco rabelo a navegar entre esta aldeia de Carrazeda de Ansiães e a barragem, junto à foz do rio.
Recordo que no passado dia 8 de fevereiro de 2019, depois de mais de três anos de avanços e recuos, foram assinados, em Vila Flor, os contratos das obras que falta fazer na via-férrea.
Só que poucos dias depois surgiram contrariedades relacionadas com a responsabilidade da execução dos trabalhos.
Mário Ferreira, da empresa Mystic Tua, que vai operacionalizar o plano de mobilidade, diz que não faz mais obras no vale e que vão ter de ser assumidas pela Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua:
“Foi solicitado um conjunto de intervenções na linha e nos taludes pela IP, que estão previstos para serem executados pela agência que vai liderar essas obras. Só nós é que estamos prontos, e a perder dinheiro com isto tudo parado. Quando nos disserem que a linha está pronta, avançaremos, pois a nossa parte está toda feita.”
O líder da Mystic Tua, do universo Douro Azul, assume uma grande frustração com a demora que está a registar a implementação do plano de mobilidade do vale do Tua e só está disposto a esperar mais um ano:
“Eu não sou de me arrepender muito das coisas que faço e gosto de levar os projetos até ao fim. Este está a conseguir levar-me ao limite da paciência, mas não vou desistir, pelo menos até ao próximo ano. Se nessa altura ainda não houverem condições, abandonamos o projeto passando-o para quem o quiser liderar. Os equipamentos estão lá, são transferidos para a agência e eles que continuem.”
O empresário confessa que pensou já em desistir do projeto:
“Para ser sincero, estive para desistir já este ano porque achei que já era tempo a mais e dinheiro a mais gasto. No entanto, pela insistência do atual presidente da agência e do administrador da EDP, por quem tenho muita consideração, fui convencido a esperar e prometi que o faria pelo menos durante mais um ano.
Se nos derem a linha pronta, temos a certeza que transformaremos isso num sucesso e num bom projeto.”
A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua é liderada pelo autarca de Alijó, José Paredes.
Sem prestar declarações gravadas, José Paredes assume que “avançar com a mobilidade em agosto está já fora de hipótese”, mas acalenta a esperança de ter tudo pronto a inaugurar antes do final deste ano.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)