A maior produtora de cogumelos frescos em Portugal não vai encerrar, nem despedir nenhum dos cerca de 500 trabalhadores, já que tem viabilidade económica.
A garantia foi dada, ontem, pelo administrador judicial de insolvência do grupo Sousacamp, no final de uma assembleia de credores que decorreu no Tribunal de Vila Flor:
“Esta é uma empresa que é líder nacional, produz 80% dos cogumelos frescos. Tem capacidade instalada e está a produzir. Não se consegue conceber que uma empresa industrial desta dimensão possa ver-se encerrada. Não é o problema da dívida, é um grupo com muitas dívidas mas que se resolvem no processo. As empresas devem fechar quando não são capazes de serem rentáveis ou que não se consiga perspectivar a sua rentabilidade operacional num curto prazo e não é o caso. Operacionalmente, esta é uma empresa rentável mesmo com todas as dificuldades que vive. Há um voto de confiança dos clientes e não se perspectiva qualquer possibilidade de encerrar o grupo.”
O consórcio de dois investidores estrangeiros, apresentado pelo acionista do grupo, falhou o prazo para aportar as garantias financeiras necessárias para que os credores possam votar favoravelmente o plano de recuperação.
O tribunal de Vila Flor alargou o prazo até 17 de julho para que a garantia apareça. Caso contrário o processo poderá entrar em fase de liquidação.
Ao que parece, há mais interessados em Portugal e no estrangeiro, o que leva José Eduardo Andrade, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal, a adiantar que os trabalhadores até admitem a possibilidade de se avançar para a fase de insolvência:
“Como sindicato, não podemos estar aqui a julgar. O nosso interesse é sempre a manutenção dos postos de trabalho. Se de facto há outros interessados, também não vemos com maus-olhos que isto avance para a fase de insolvência, que seria sempre a possibilidade para surgirem novos interessados e aí sim, num leque alargado de opções, poder ser votado e escolhida uma saída bem melhor do que esta para a viabilidade da empresa.”
Apesar de tudo, José Eduardo Andrade vincou que o principal objetivo é a manutenção dos postos de trabalho, embora se mostre preocupado pelo facto de a empresa poder ficar na mão de estrangeiros.
Foto: http://www.sousacamp.com/wp/
NFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)