Os 118 arguidos acusados de corrupção activa para acto ilícito no novo megaprocesso das cartas de condução começaram ontem a ser julgados em Bragança, 97 dos quais são ainda acusados de falsificação de documentos.
Na primeira sessão do julgamento a maioria pediu dispensa por ser de locais distantes, sendo quase todos da região norte e alguns residem no estrangeiro.
Os factos de que são acusados reportam-se à actividade de centros de exames de condução de Bragança e de Mirandela, entre 2004 e 2013, tendo já sido condenados em processo anterior 8 examinadores e 26 intermediários, por corrupção passiva, para além de médicos e candidatos a carta de condução, num total de 75 indivíduos, em 2017.
O Ministério Público recorda que estava em causa “um esquema montado de viciação de resultados das provas teórica e práctica de condução, a troco de dinheiro, de modo a possibilitar a aprovação a pessoas sem condições ou disponibilidade para obter a carta de condução”, nomeadamente por “não saberem ler nem escrever, não terem residência em território nacional e não conseguirem cumprir o número de aulas presencias de formação obrigatórias ou por já terem reprovados antes várias vezes”.
Os 118 arguidos que agora estão no banco dos réus tentaram beneficiar deste esquema, segundo a acusação, mas não responderam criminalmente, na altura, porque tiveram o processo suspenso provisoriamente porque se tinham comprometido a contribuir “activamente para a descoberta da verdade”, o que o tribunal entendeu entretanto que não aconteceu.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)