A presidente da câmara de Mirandela terá omitido negócios das alheiras à Assembleia da República, quando foi deputada, entre 2015 e 2017.
Segundo o Jornal de Notícias, Júlia Rodrigues, sócia de duas empresas de alheiras, não terá declarado as participações, apesar de ter liderado no Parlamento a comissão de agricultura.
A presidente da câmara de Mirandela não declarou à Assembleia da República, as participações de duas quotas nas empresas Vifumeiro, de 9%, e na Amil, de 12,5%, anteriores às suas funções como deputada, cargo que exerceu entre 2015 e 2017.
O Jornal de Notícias diz mesmo que Júlia Rodrigues nem sequer informou a direção da bancada parlamentar do PS dos interesses que tinha no setor, apesar de ter sido indicada para coordenadora dos socialistas na comissão parlamentar de agricultura e até ter integrado o grupo de trabalho que criou a nova Lei da transparência para os titulares de cargos políticos e públicos.
Na edição desta sexta-feira, o Jornal de Notícias adianta que Júlia Rodrigues quando chegou ao Parlamento, em 2015, terá deixado o registo de interesses em branco, nomeadamente nas sociedades em que tivesse participações accionistas, mesmo estando obrigada pelos regulamentos da Assembleia da República e pelo estatuto dos deputados, a declarar toas as situações que pudessem representar
incompatibilidade com o cargo.
Até sair do Parlamento, antes das autárquicas de outubro de 2017, Júlia Rodrigues nunca terá actualizado a sua ficha pessoal que está depositada na comissão parlamentar de ética.
O JN avança ainda que vários elementos da comissão de agricultura mostraram-se surpreendidos com a notícia dos negócios da atual presidente da câmara de Mirandela, até porque, acrescenta o jornal de notícias, terá violado o código de conduta a que estava vinculada, principalmente em relação à legislação em que tinha interesse pessoal. Um desses casos, foi a votação numa iniciativa do PSD, em 2016, sobre apoios financeiros a produtores de alheiras, onde votou contra, mas à luz do estatuto dos deputados, deveria ter declarado um conflito de interesses e ausentar-se da votação ou fazer uma declaração de voto.
O JN soube ainda junto que a bancada do PS considerou haver conflito de interesses ao ponto de ter provocado alguns desconforto quando Júlia Rodrigues apresentou a iniciativa do estatuto do ato médico veterinário, que passava por atribuir só a este grupo profissional a responsabilidade de procedimentos clínicos em animais, como por exemplo na vacinação.
Sobre estes casos, a autarca de Mirandela não respondeu ao JN.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)