A Filandorra – Teatro do Nordeste esteve, ao longo do dia de hoje, em protesto, na Praça da Sé, em Bragança. Os elementos da companhia vestiram-se de negro e encenaram um velório por causa do que dizem ser o a fraca política de apoio às artes e à cultura. David Carvalho, director da Filandorra, espera que com uma secretária de Estado da Valorização do Interior com origens em Bragança o cenário mude:
“Isto é um protesto nacional. Queremos demonstrar ao país que Trás-os-Montes e Alto Douro existe. A escolha da cidade obedeceu ao facto de que, felizmente, no actual Governo foi criada uma secretaria de Estado para a Valorização do Interior e tem sede em Bragança. A senhora secretária de Estado já nos respondeu e vai-nos receber já no dia 20.”
David Carvalho explica que a Filandorra já criou vários postos de trabalho mas lamenta que o financiamento não chegue ao Interior.
Silvano Magalhães, actor da Filandorra há 10 anos, acredita que a cultura devia ter, por parte do Governo, o mesmo tratamento que outras áreas:
“Enquanto actor lamento imenso estarmos quase em 2020 e ainda termos que expor um problema destes. A cultura devia ser tratada igualmente, não dia haver esta falta de igualdade entre o interior do país e as cidades mais centrais porque o teatro chega a todos e é preciso em todo o lado.”
Débora Ribeiro, também actriz da companhia, espera que o panorama se possa alterar:
“Quero que a partir de hoje aconteça alguma coisa. Estive seis anos a formar-me para trabalhar profissionalmente numa companhia e não encerrar portas e nem sequer quero pensar que esta profissão possa deixar de existir.”
Além de Bragança, o protesto também foi levado ao Porto e a Lisboa. Ainda esta tarde foi entregue ao primeiro ministro uma carta a pedir a demissão da ministra da cultura.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)