São esperadas mais de 40 mil pessoas no primeiro Entrudo Chocalheiro com selo UNESCO

De 22 a 25 de fevereiro, as atenções estão todas voltadas para a aldeia de Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, que este ano promove o primeiro Entrudo Chocalheiro com selo da UNESCO.

Considerado o Carnaval mais genuíno de Portugal, nos últimos anos, o Entrudo Chocalheiro tem atraído milhares de pessoas à aldeia de Podence, no coração do Nordeste Transmontano, onde os típicos caretos espalham a folia, e de fatos coloridos e chocalhos à cinta, vão dando as boas-vindas a quem chega.

Mas se já muitos eram os forasteiros que por estes dias se juntavam à festa destes mascarados de Podence, este ano, e porque se celebra o primeiro entrudo já com o selo da UNESCO, estima-se que sejam ultrapassadas as 40 mil pessoas.

António Carneiro, presidente da associação Grupo dos Caretos de Podence, diz que desde que são Património Imaterial da Humanidade, a procura das pessoas pela tradição aumentou:

“De facto, desde o dia 12 de dezembro, quando aconteceu esse reconhecimento em Bogotá, tem sido constante, principalmente neste período do Carnaval, temos tido muitas solicitações.

Há muita gente a associar-se à marca Caretos de Podence, em termos comerciais e em outras situações.
Esperamos que o Entrudo Chocalheiro deste ano seja uma das maiores enchentes de que há história.”

Neste momento ultimam-se os preparativos para o Entrudo Chocalheiro que começa logo no sábado com algo nunca antes feito: um desfile de Facanitos, ou seja, crianças careto.

“No final de 2019 lançamos esse repto ao Pólo Escolar para se associar ao evento.

Pensando no futuro da tradição, faço um repto a todos os pais que levem os filhos a Podence, vai ser algo diferente e pode até criar o bichinho para ser careto, pois eles são o futuro da tradição.”

Quatro dias que dão movimento ao concelho, e consequentemente à economia local, esgotando sempre a capacidade de alojamento. Um impacto significativo, refere o presidente da autarquia de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues:

“Estou convencido que com este número de pessoas, com as dormidas, a restauração que envolve e com as vendas de produtos tradicionais, poderá mobilizar entre dois a quatro milhões de euros facilmente.”

E este ano há também transfers que vão possibilitar o transporte gratuito entre Podence e Macedo de Cavaleiros, com vários horários, de domingo a terça-feira:

“Tem dois intuitos: regular o trânsito que acaba por ser caótico e torna-se difícil para os agentes da autoridade fazer essa regularização, e ao mesmo tempo obrigar as pessoas a passar por Macedo de Cavaleiros, para visitar a cidade e até fazer negócio. “

Já para a aldeia de Podence, onde realmente tudo acontece, o presidente da junta de freguesia, João Alves, realça a importância do evento para a população:

“As pessoas de Podence sempre gostaram muito dos Caretos e sentimos que agora o povo todo está unido em volta deles.

Economicamente já é algo importante para as pessoas da aldeia, pois não é em vão que este ano temos cinquenta e poucas tasquinhas e vinte e sete tabernas abertas nos quatro dias do Carnaval, inclusive de pessoas de fora.

Esta é uma forma que a população tem de aumentar alguma coisa ao seu sustento.”

Quatro dias que contam com um cartaz cheio do qual fazem parte, por exemplo, passeios e visitas ao Geopark Terras de Cavaleiros, geocruzeiros na Albufeira do Azibo, Ronda das Tabernas, a tradição do Pregão Casamenteiro, a Queima do Entrudo, Desfile de Matrafonas, exposições e ainda o Festival do Grelo que conta com 26 restaurantes aderentes no concelho.

No sábado à noite acontece ainda o Desfile Noturno na cidade de Macedo de Cavaleiros, este ano com mais grupos envolvidos, seguido de uma Noite Mágica em frente à Câmara Municipal, com um espetáculo musical a cargo do grupo The Lucky Duckies.

Escrito por ONDA LIVRE