Em Macedo de Cavaleiros, são cerca de 150 os alunos que poderão voltar à escola segunda-feira

A partir de segunda-feira, os alunos do 11º e 12º anos regressam à escola, mas apenas para frequentar as aulas das disciplinas a que vão ter exame.

A presença é opcional, com faltas justificadas caso prefiram não comparecer.

Henrique Carvalho é aluno do 11º em Macedo de Cavaleiros e vai ter exame a biologia, geologia, física e química. A partir de segunda-feira vai começar a ir à escola, por considerar que o ensino presencial é mais facilitado:

“Eu entendo que o ensino que se manteve durante os últimos tempos à distância acaba sempre por ser mais seguro do que qualquer tipo de ensino presencial, porque não há contacto entre alunos e professores, em termos físicos. Mas, também tenho noção de que o ensino presencial é sempre muito mais fácil, tanto para os alunos como para os professores, tanto no sentido de perceber a matéria como de a lecionar.

Vejo este regresso como algo positivo, visto estarmos a iniciar o regresso ao normal mas  sempre dentro de todas as medidas de segurança propostas pela entidade de saúde.”

No Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros são cerca de 150 os alunos que poderão rumar à escola mas com medidas de segurança apertadas, como explica o diretor, Paulo Dias:

“Os alunos de 11º vão entrar por uma porta e os 12º em outra, vão ter aulas só no período da manhã, três dias por semana e não vão almoçar na escola pois também não há essa necessidade.

Tentamos eliminar ao máximo os riscos de contacto e propagação caso haja vírus. “

As aulas a distância continuam para as restantes disciplinas e anos letivos. Paulo Dias dá conta de como vai ser feita a avaliação:

“A avaliação vai ser formativa e transforma-se depois em um valor. O conselho pedagógico já reuniu e já discutiu essa questão.

Sendo que os alunos já têm dois períodos de avaliação consumados, ficou a garantia de que nenhum poderia ser prejudicado por causa deste processo. Portanto, toda a avaliação que vier a ser feita no final do ano, poderá alterar a nota do segundo período para melhor, nunca para pior, pois o resultado do segundo período está trancado.

Dependendo do que trabalharem e do esforço que demonstrarem, podem melhorar.”

Quanto à experiência de ter aulas à distância, o diretor faz um balanço positivo e considera ainda que, para alguns alunos, o novo método está a ser uma motivação ao estudo:

“Os alunos que conseguem comunicar com os professores, independentemente da via, aderem muito bem, fazem trabalhos de grupo, investigação, apresentam e publicam trabalhos. Isso está a correr muito bem e há até situações em que os professores relatam que alunos que tradicionalmente eram mais resistentes às tarefas o trabalho escolar, agora são os primeiros que estão na linha da frente, trabalhando, ajudando os colegas e tirando dúvidas.

Também têm menos onde gastar a sua atenção, no fundo estão confinados, e esta passa a ser uma hipótese de socialização também e descobrir que os computadores afinal servem para muitas mais coisas.”

E também para os professores está a ser um desafio:

“A experiência tem sido fantástica. Desde 2014, o agrupamento já tem uma plataforma com a qual trabalhamos, mas que não estava muito explorada porque não havia tanto essa necessidade. Os professores aderiram de uma forma completamente surpreendente, criou-se uma equipa interna para apoio dos docentes, desenhamos um plano de ensino à distância, os professores têm feito imensa formação, e, de uma forma geral, tenho-os visto muito preocupados e até assoberbado com os alunos com que não estão a conseguir contactar. Há até relatos das formas mais incríveis de contacto, seja por telemóvel, sms, mail, por todas as vias com que têm conseguido.”

A semana passada as Forças Armadas estiveram na escola a fazer uma ação de sensibilização e informação sobre higienização dirigida aos assistentes operacionais.

Caso surja algum caso de infeção na escola, os militares são chamados para fazer a desinfeção do espaço.

Escrito por ONDA LIVRE