O Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros apresentou uma moção de censura e repúdio à prestação de serviços fornecidos pela empresa Águas do Norte, entidade que fornece água no concelho.
Em causa está a não reposição de água nos depósitos em algumas freguesias e na cidade, situação que se agravou o verão passado, refere o presidente do grupo parlamentar do PS, Manuel Mico:
“Durante o período de verão houve várias falhas de água, a maioria delas proporcionadas por falta de água colocada nos depósitos por parte da empresa Águas do Norte.
Eu sou presidente da junta da freguesia de Vilarinho de Agrochão há 11 anos onde nunca tinha falhado água porque eles cumpriam. No entanto, este ano, a água não entrava no depósito em alta deles. Desloquei-me ao local, vi que não caía lá água, e por isso é que era obrigatório que os bombeiros lá a fossem levar.
A câmara paga direito mensalmente à empresa e nós ficamos privados de água.
Isto tem custos para o município, que tem de pagar aos bombeiros, e depois tem custos na vida das pessoas.”
A moção foi aprovada em assembleia municipal e vai ser entregue à tutela:
“Vai ser entregue ao Ministério do Ambiente que é o que tutela as águas.
Este foi um negócio feito há muitos anos e os municípios têm sido muito mal tratados.
É a solução que temos mas não podemos ser tratados desta forma, porque os macedenses pagam das águas mais caras do distrito, ou igual a muitas outras zonas do distrito, e há determinadas alturas em que não temos água.
Temos noção que houve fugas e roubos de água, mas houve ali um período, de cerca de 20 a 30 dias, que não havia colocação de água. A empresa dizia que fazia reabastecimento durante a noite, mas depois a água não conseguia encher os depósitos para poder ser fornecida água durante o dia. Isto aconteceu em várias freguesia e na cidade.”
A proposta contou com a abstenção por parte do grupo parlamentar do PSD, por considerar não haver dados suficientes para ser abrangente a todo o concelho, justificou em assembleia Nuno Morais, presidente do grupo parlamentar:
“Vamos-nos abster uma vez que não temos dados que possam abarcar todo o concelho, visto que a moção parte do pressuposto que estas falhas pessoas que existem por parte das Águas do Norte se repercutam em todo o município. Como não temos dados concretos sobre isso, não vamos tomar essa atitude, vamos abster-nos por respeito em relação a Vilarinho de Agrochão e a Lamalonga, pelas quais temos toda a consideração, e visto que só temos dados específicos sobre estas duas localidades.”
A moção foi aprovada por maioria com 28 abstenções.
Escrito por ONDA LIVRE