Ataque inicial em massa mostra-se eficaz no combate a incêndios no concelho de Macedo de Cavaleiros

Todos os concelhos do distrito de Bragança estão em risco máximo de incêndio.

Apesar da seca e das altas temperaturas, até agora, o balanço no que diz respeito a incêndios no concelho de Macedo de Cavaleiros é positivo, com poucos fogos a registar, confirmou o Segundo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, Pedro Venceslau:

“Embora o risco esteja alto, em termos de ignições têm sido poucas e não têm resultado em grandes incêndios.

Os índices pelos quais nos guiamos e determinam o teor de humidade que os combustíveis têm, indicam que o risco é altíssimo.”

Dado o risco de rápida propagação de incêndios, Pedro Venceslau conta que houve uma mudança de estratégia no ataque inicial, que tem resultado:

“Neste momento, tendo em conta a seca extrema, estamos a fazer um ataque inicial em massa.

Por norma, o protocolo seria a saída de uma primeira equipa, o chefe chegava lá, fazia o reconhecimento e avaliação da situação, passava para a central, dizia se conseguiria ou não controlar a situação, se precisava de meios e quais. Neste momento, o que fazemos é passar essa fase à frente e saímos logo com os meios, em premeditação.

Esta estratégia tem tido algum sucesso nas ativações que tivemos, e é melhor sair em excesso do que estarmos lá e precisarmos dos meios que não temos. No nosso concelho, e até fora dele, esta estratégia está a ter algum sucesso e ter impedido que alguns incêndios culminem em grandes ocorrências.”

E no terreno as condições mudaram:

“As condições climatéricas alteraram, os combustíveis também e a única coisa que se mantém é a topografia. No entanto, associada aos dois fatores que influenciam o comportamento e risco de incêndio, faz com que tudo seja novo.

Na nossa zona, o relevo não é favorável, há muito mato e poucos acessos, o que faz sempre com que as condições de combate sejam difíceis.

Desde os fogos de Pedrogão Grande, em 2017, houve muitas coisas que alteraram e uma das que se têm reavivado é a criação de faixas de contenção/cortes, para que haja descontinuidade de combustível. É uma das coisas que está cada vez mais a ser estudada.”

Declarações do segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, Pedro Venceslau, no Programa Conversa Aberta da Onda Livre. Uma entrevista que pode voltar a ouvir na íntegra amanhã, às 21h, ou assista aqui: CONVERSA ABERTA EP. 39

Escrito por ONDA LIVRE