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A Comissão Concelhia de Macedo de Cavaleiros do PCP vem denunciar o que considera “a destruição do Mercado Municipal de Macedo de Cavaleiros”, num investimento de dois milhões.
Em comunicado, a concelhia, refere que este é o “fim do mercado municipal pela mão da Câmara Municipal do PS de Macedo de Cavaleiros, consubstanciando um grave retrocesso, no que o espaço do mercado representava de apoio aos pequenos produtores locais”.
Acrescenta no comunicado que o “mercado municipal foi um projeto datado de 1982 e muito ansiado pelos macedenses, que permitiu a integração de novos locais de venda, talho e peixaria municipal, ao qual se viria associar o campo da feira que seria deslocalizado para as proximidades do novo mercado. A reorganização urbanística produzida por este edifício e toda a dinâmica económica que ele trouxe marcou uma nova etapa no desenvolvimento ao concelho”.
Ainda refere que “lamentavelmente o abandono deste espaço público, com a retirada do campo da feira, a permissão de construção de mais uma grande superfície comercial ali ao lado (promovida pelo executivo do PSD), a sua degradação visível, foi progressivamente afastando os produtores e os clientes deste outrora vigorante espaço público.
O investimento prometido para a reabilitação do mercado municipal tardou e foi conduzido de forma pouco transparente, alimentando o receio dos vendedores/utilizadores deste espaço, como já na altura o PCP denunciou.
Agora a sua reabertura oficial confirmou as preocupações do PCP, não se tratava de um projeto reabilitação do mercado, antes uma reconversão, porque se eliminaram as bancas de venda de hortícolas, fruta e outros produtos agrícolas, eliminaram-se as câmaras refrigeradas que apoiavam a agricultura familiar e a pequena produção, que deixam agora de ter um espaço adequado a um preço acessível para comercializarem as suas produções, alocaram-se no primeiro piso serviços municipais, eliminado o espaço que estava anteriormente disponível para o movimento associativo e similares a preços simbólicos; o arranjo urbanístico reduziu de forma visível os lugares de estacionamento gratuito no centro da cidade, traduzindo-se em constrangimentos significativos para quem ali trabalha ou mora.
As declarações do presidente da câmara na inauguração do que denominam “novo mercado”, “nova fase do mercado municipal” ocultam propositadamente a verdade, já que a afirmada “reabilitação integral, para ir ao encontro das necessidades da cidade e contribuir para a renovação da paisagem urbana da cidade” foi apenas uma desculpa para desmantelar o Mercado Municipal, transformando-o num mero espaço comercial como os demais existentes.
O PCP termina o comunicado, dizendo que reafirma que o contexto do comércio de proximidade, o formato/equipamento – Mercado Municipal, pela ampla oferta e variedade de produtos alimentares perecíveis e pela sua localização estratégica no centro das nossas cidades, constitui uma referência sócio-economica e urbana muito forte que interessa não só preservar, mas principalmente dinamizar.
E por isso, o PCP não abdicará de reivindicar um mercado municipal com as condições adequadas para apoiar a economia local, os produtores da nossa terra.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE

