É no associativismo que está a solução para garantir a sustentabilidade do território florestal.
A afirmação é do ex. Secretário de Estado das Florestas.
João Manuel Soares afirma que uma boa gestão florestal permite gerar riqueza no país.
O antigo governante, do executivo de Durão Barroso, diz que são inúmeras as potencialidades da floresta para a economia do país e o associativismo é a base para conseguir gerar riqueza.
“O associativismo, se tiver sócios, pode vir a ter os meios próprios que os serviços florestais já não têm, as associações são bem servidas de técnicos experientes e conhecedores do terreno e podem ser um mecanismo de melhorar a gestão florestal, de tirar rendimento da floresta e da própria floresta gerar os meios para alimentar também as associações. Isto não é nenhuma invenção. Todos os países nórdicos têm um movimento associativo fortíssimo e são os técnicos do movimento associativo que dizem ao proprietário é o momento de cortar, são os técnicos do movimento associativo que dizem negoceie com a entidade A, B ou C porque os melhores preços estão ali. As associações recebem por esse serviço 1%/2% da venda, com isso são fortes e capazes de prestar bons serviços aos proprietários florestais. Uma floresta bem gerida tem riscos muito mais pequenos e não custa dinheiro à sociedade. A nossa floresta está a dar-nos uma enormíssima riqueza porque temos produtos que exportamos, mão-de-obra, etc.”
João Manuel Soares está convicto que outra das vias para conseguir retirar riqueza da floresta está no emparcelamento.
“A escala da unidade de gestão pode agrupar muitíssimas pequenas propriedades. Há muitos sítios no país onde uma pessoa tem um/dois hectares de floresta em três parcelas, não é possível exigir a essa pessoa que conserve a biodiversidade, que escolha as melhores espécies, que limpe os caminhos. Como é que é possível? Só é possível se houver escala e para isso é preciso dizer a estas pessoas: associem-se. Se querem associar contribuem financeiramente para os custos que isso representa para o país. Eu penso que esta é a via. Não acredito que seja pela via dos decretos, nem desapropriações, nem coisa nenhuma.”
O custo no combate a fogos florestais custa anualmente mil milhões de euros.
O especialista em florestas é peremptório ao afirmar que é na gestão comum que deve recair a aposta e sustenta que quem não o fizer deve ser penalizado.
“A legislação não está boa mas o problema das florestas portuguesas não se resolve com novos decretos, resolve-se atacando o problema da dimensão da unidade de gestão florestal, não da propriedade porque a é de quem é e não há que mexer nisso, há sim que criar condições para gerir em comum. É preciso que as pessoas tenham vantagem económica para gerir em comum e que sejam penalizadas se não o fizerem ou abandonarem porque isso vai penalizar a sociedade, tem custos nos recursos naturais, no combate aos fogos, tem custos para toda a sociedade. A sociedade tem legitimidade para “obrigar” a gerir os espaços florestais em comum.”
As indústrias florestais dão trabalho a 140 mil pessoas em Portugal.
O associativismo é a solução defendida para garantir a sustentabilidade das florestas e potenciar a economia.
Escrito por Onda Livre


